sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Seis maneiras de a pobreza energética ameaçar cuidados de saúde para os mais pobres


Eletricidade a partir de micro hidrelétrica fornece energia para iluminação e armazenamento de vacinas nesta clínica no Zimbábue, ajudando a manter esses bebês seguros e saudáveis. Crédito da Foto: Ação Prática (Practical Action).

Nossa série de posts em três partes sobre a pobreza de energia vai examinar as conexões entre energia, saúde, educação e economia. Nesta parte, vamos nos concentrar sobre a importância do acesso à energia nos serviços médicos e de saúde.

A falta de acesso às formas modernas de energia – ou a pobreza energética – tem efeitos nocivos diretos e indiretos sobre os serviços médicos e de saúde na África Subsaariana. Na verdade, mais de 30% das clínicas e hospitais na África Subsaariana, atendendo a aproximadamente 255 milhões de pessoas, estão sem eletricidade. Leia seis maneiras surpreendentes de como a pobreza energética afeta o sistema de saúde e coloca vidas em risco adicional:

1.   Médicos lutam para fornecer serviços clínicos após o pôr do sol.
O acesso aos serviços de energia aumenta a jornada de trabalho para os profissionais da área médica e lhes permite ver um número maior de pacientes em um dia. Quando as instalações sem iluminação elétrica veem pacientes após escurecer, elas dependem de lâmpadas de parafina, velas e tochas que fornecem luz de baixa qualidade, emitem gases nocivos e, em alguns casos, apresentam risco de incêndio. Estes tipos de luzes também são muitas vezes mais caras por unidade de energia do que a iluminação elétrica.

2.   Operações de salvamento, exames e procedimentos não podem ser realizado uma sem boa iluminação.
Realização de exames médicos, para não mencionar cirurgias invasivas ou o parto, com iluminação deficiente coloca sem surpresa risco adicional ao paciente. De fato, alguns estudos descobriram que a mortalidade materna e infantil pode ser reduzida em até 70% à noite, com o fornecimento de iluminação, mesmo mínima, e dispositivos médicos.

3.  Vacinas, exames de sangue e medicamentos não são armazenados em condições adequadas.
Vacinas que protegem contra doenças evitáveis podem perder a eficácia quando não refrigeradas adequadamente. Mesmo quando os postos de saúde têm acesso à energia, muitas vezes é intermitente, com interrupções que duram em média 4,5 horas no Quênia. De fato, 60% dos refrigeradores do centro de saúde são pensados para ter fontes de alimentação inconsistentes.
RELACIONADOS: Mais estatísticas sobre a pobreza energética a partir do Practical Action.

4.   Pequenas instalações de saúde não podem se comunicar com especialistas ou obter transporte de pacientes para outras instalações no caso de uma emergência.
Pobreza energética também limita as interações entre profissionais de saúde e impede a transferência de informação e conhecimento. Tecnologia de comunicação, como telefones celulares e rádios VHF, são necessários para garantir que há apoio suficiente durante emergências e permitir melhores decisões de tratamento, conectando-se aos especialistas de hospitais de referência.

5.  Centros de saúde não podem equipar o laboratório com ultrassom e máquinas de raio-X, bem como com incubadoras.
Eletricidade é especialmente importante na realização de testes de diagnóstico confiável e rápido para ajudar a prevenir emergências médicas antes que elas ocorram. Mas até mesmo os procedimentos mais rotineiros requerem ferramentas médicas como ultrassom e máquinas de raio-X que são impossíveis de usar sem uma fonte de energia confiável. Por exemplo, o acesso à energia teve um impacto impressionante nas taxas de sobrevivência infantil. A taxa de mortalidade neonatal (a probabilidade de uma criança morrer nos primeiros 28 dias após o nascimento) diminuiu de 40% para 28% a cada 1000 nascimentos nas unidades de saúde do Quênia, como resultado da alimentação de incubadoras para recém-nascidos.

6.  Fornecimento ineficiente de energia para iluminar, cozinhar e aquecer leva ao alto uso de fogueiras e lampiões de querosene.
Ambas as fontes de energia citadas acima são altamente poluentes e tóxicas e contribuem globalmente para mais de 3 milhões de mortes; principalmente, de mulheres e meninas. A OMS estima que a poluição interna da biomassa para cozinhar, em breve, será uma assassina maior do que a malária e HIV / AIDS combinadas.

Qual dos seis itens listados acima surpreendeu mais? Deixe-nos saber na seção de comentários abaixo e adicione seu nome ao nosso compromisso pedindo aos líderes globais que enfrentem a pobreza de energia hoje. 

Por Gretchen Knoth
Versão em Português: Mônica Brito

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