sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O compromisso da ONE com o Chifre da África na Iniciativa Global Clinton

Boas vindas ao Presidente e Diretor Geral da ONE, Michael Elliott, ao Blog ONE. Em seu primeiro artigo, ele escreve a respeito do compromisso da ONE com a crise na Iniciativa Global Clinton 2011. 
Como uma consequência da fome na Somália e a maior crise no Chifre da África, mais de 30.000 crianças morreram em apenas três meses – e as vidas de mais de 13 milhões de homens, mulheres e crianças estão em risco. Nenhum de nós pode simplesmente ficar à margem e observar, e é por essa razão que na ONE nós criamos hoje um compromisso na Iniciativa Global Clinton (CGI) – uma reunião anual em Nova Iorque que reúne líderes globais para implementar soluções para as questões mais urgentes do mundo – para lançar uma campanha multianual chamada “Seca é inevitável, Fome não”.

Embora tenha sido humilhante fazer esse anúncio ao lado de outro auxílio e líderes de desenvolvimento no CGI nesta manhã, eu também experimentei uma sensação de fúria. Nenhum de nós poderia estar em cena estruturando nossos compromissos. Nós sabemos como parar ações da natureza, como secas que levam a mortes desnecessárias – mas não estamos fazendo isso. A tragédia que se desenrola no Chifre da África merece uma resposta urgente e global, mas os líderes mundiais estão aquém das expectativas. E aproximadamente 1 bilhão de dólares em auxílio emergencial é desesperadamente necessário para o alívio imediato.

Para colmatar essa lacuna, nossa campanha, “Seca é inevitável, Fome não”, vai combinar uma organização popular ao longo de nosso mercado global com alto nível de engajamento político para aumentar a consciência da crise e efetivamente pressionar os governos do G8, G20 e Africano para responder a ambas as necessidades urgentes no Chifre na África e investir em soluções de longo prazo como agricultura para ajudar a prevenir a crise futura.


Nós estaremos usando todas as ferramentas existentes para trazer pessoas engajadas à campanha. Estas ferramentas vão variar de uma instigante nova PSA, nas próximas semanas, para tornar suscetível que mais de 2,5 milhões de membros da ONE possam recrutar seus amigos e familiares tanto na mídia social quanto nas comunidades.


Em curto prazo, vamos pedir aos líderes mundiais para satisfazer suas cotas na lacuna de US$ 1 bilhão em financiamento de emergência. E, em longo prazo, iremos incentivar os países a cumprirem as promessas feitas na Cúpula de l’Aquila, em 2009, para investir em programas de desenvolvimento agrícola e ajudar a cessar definitivamente o ciclo da crise. Ao longo dos últimos meses, os membros da ONE tomaram medidas reais sobre a fome no Chifre da África. Mais de 220.000 partidários da ONE pediram aos líderes mundiais para combater a fome e suas causas. E um poderoso grupo de 58 músicos e artistas – incluindo Bono, Youssou N’dour e K’naan – assinaram uma carta exigindo dos líderes Africanos e outros líderes mundiais para manter suas promessas em projetos de agricultura e, em longo prazo, de segurança alimentar.


Nosso compromisso no CGI irá aprofundar o trabalho atual da ONE sobre o Chifre da África, com o objetivo de colocar soluções sustentáveis ​​no lugar certo, além de ajudar os que precisam desesperadamente nos próximos meses. Vamos precisar de seu apoio mais do que nunca. Por favor, fique atento ao ONE.org ao longo das próximas semanas para saber mais sobre esta campanha e descubra como você pode se envolver.
  
Por Michael Elliot

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma em cada sete pessoas no mundo dorme com fome

Reportagem da Revista Veja on line


Situação é alarmante, principalmente pela alta de preços dos alimentos, diz FAO


Fome: região do Chifre da África é a mais afetada
Fome: região do Chifre da África é a mais afetada (Mohamed Abdiwahab/AFP)

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) consideram que a situação da fome no mundo é alarmante, devido ao constante aumento da população mundial e a forte alta dos preços dos alimentos. "Uma em cada sete pessoas no mundo vai dormir com fome, a maioria delas mulheres e crianças", manifestou Lauren Landis, diretora do escritório do PMA em Genebra durante a inauguração de uma exposição para denunciar este problema.
Lauren, que apresentou no Palácio de Nações a mostra Lutando Contra a Fome Juntos, lembrou que "a fome mata mais pessoas a cada ano do que a aids, a malária e a tuberculose". O objetivo da FAO e do PMA é alertar sobre este problema para encontrar soluções para a atual volatilidade do mercado de alimentos e conseguir passar de uma situação de crise a uma de estabilidade que garanta comida para toda a população.
Entre 2005 e 2008, os preços dos alimentos alcançaram seu nível mais alto dos últimos 30 anos, com aumentos preocupantes em itens básicos como milho, que subiu 74% nos últimos 18 meses e o arroz, que subiu 166%. Esta situação causou revolta na população, que respondeu com episódios de agitação civil em mais de 20 países da África. A situação se agravou com a crise econômica internacional em 2008 e a posterior atuação de especuladores.
Preços dos alimentos - Abdesselam Ould Ahmed, diretor do escritório da FAO em Genebra, explica que "a situação se tornou dramática a partir de 2008, quando os preços alcançaram uma alta histórica e quase dobraram num período de três a quatro anos". "Após a queda em 2009, estamos outra vez com os preços em uma situação de alta. O quadro agora é mais dramático pelo aumento dos preços, a crise e outros problemas que limitam a capacidade do setor agrícola em suprimir a demanda", disse.


Ahmed ressaltou que há "muitas razões por trás da alta dos preços". Entre estas destacou que "a cada ano há 80 milhões de bocas a mais para alimentar no mundo" e os países em desenvolvimento elevam seu nível de vida, aumentando a pressão alimentícia. "Estes países aumentaram o consumo de carne e de outros alimentos nutritivos que precisam de uma produção intensiva, principalmente no que se refere ao consumo de cereais", afirmou.


O representante da FAO afirmou que a atual crise de fome que afeta milhares de pessoas no Chifre da África deve servir como alerta para outros países que podem sofrer com situação similar no futuro. "Muitos países estão expostos a crises desse tipo. É uma crise complexa, com um país destruído pela guerra, mas uma escassez como esta pode se repetir em outros lugares, onde se combinem a seca, os altos preços dos alimentos e a instabilidade", advertiu.

Parabéns aos Presidentes Kufuor e Lula por ganharem o World Food Prize !

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Esta semana, o WORLD FOOD PRIZE FOUNDATION (Prêmio mundial da alimentação) concedeu seu prêmio anual para os ex-presidentes John Agyekum Kufuor de Gana e Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil. A fundação sedia anualmente a cerimônia de premiação em Des Moines, Iowa (EUA), e premia pessoas que promovem o desenvolvimento humano melhorando a qualidade, quantidade ou disponibilidade de comida no mundo. Com a participação das pessoas mais influentes na esfera de alimentação e agricultura – incluindo líderes governamentais, políticos, diretores de empresas e de organizações não governamentais, acadêmicos e cientistas, líderes de desenvolvimento, executivos corporativos e jovens líderes de todo o planeta – este ano marca uma celebração das incríveis realizações de Gana e Brasil na luta contra a fome e a pobreza.

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Sob a liderança do Presidente Kufuor, Gana se tornou o primeiro país da África Subsaariana a alcançar a primeira meta para o milênio, reduzindo à metade o número de pessoas sofrendo de fome e extrema pobreza.  A taxa de pobreza caiu de 51,7% em 1991 para 25,5% em 2008, e a taxa de fome caiu de 34% em 1990 para 9% em 2004. O Presidente Kufuor criou incentivos no setor agrícola e treinou fazendeiros em novas técnicas. Os resultados são incríveis, com a duplicação recorde das taxas de produção entre 2002 e 2005. Além disso, ele fundou a Ghana School Feeding Program (Programa de alimentação escolar), que oferece a todos os alunos refeições com produtos locais. Além de combater a desnutrição e a fome, o programa também serve como um incentivo para aumentar a frequência escolar, e atualmente 1,04 milhões de crianças em Gana se beneficiam da iniciativa.

Desde o momento que assumiu até a sua saída no ano passado, fome e pobreza foram a prioridade número um para o Presidente Lula através do seu programa Fome Zero, plano que ele elaborou para reduzir à metade o número de pessoas com fome em todo o Brasil, bem como reduzir o número de pessoas vivendo na pobreza em 12% em 2003 para 5% em 2009. A estratégia do Fome Zero envolveu a colaboração entre mais de 10 ministros de governo para prover melhor acesso à comida, aperfeiçoamento de produtores familiares e renda rural, aumento do número de matriculados nas escolas fundamentais e capacitação dos pobres.

A iniciativa está centralizada em três principais programas. Primeiro, o governo criou o programa Bolsa Família, que provê ajuda de custo a mais de 12 milhões de famílias vivendo na pobreza. Em segundo lugar, foi criado o Programa de aquisição de alimentos, que melhora o desenvolvimento rural através da compra de comida de pequenos produtores rurais para distribuição aos mais necessitados. Finalmente, Presidente Lula criou o programa de alimentação escolar, que oferece refeições às crianças nas escolas públicas brasileiras. 30% destes alimentos são obtidos de produtores locais. Em 2010, 47 milhões de crianças participavam do programa, resultando em uma queda 61,9% nas taxas de má nutrição infantil entre 2003 e 2009.

Neste dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, a ONE pretende celebrar a proeza de Gana e do Brasil, assim como ampliar suas mensagens. Se você ainda não assinou, assine nossa petição agora para garantir que o congresso (americano) continue a abrir caminho para programas de financiamento que fazem esse sucesso possível, e compartilhe esta celebração com seus amigos e familiares.


Por Hallie Stevens
Versão em Português: Aline Dias

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Educação


O desafio
A falta de acesso a educação de qualidade está impedindo que milhões de pessoas saiam do ciclo de Pobreza Extrema ao redor do mundo. A maioria das 67.5 milhões de crianças ainda fora da escola estão, entre as mais pobres e difíceis de alcançar. Mais da metade delas são meninas, e a maioria vive em países em conflito e em áreas rurais. Muitas das crianças matriculadas na escola, não se graduam nem com conhecimentos básicos de leitura e matemática, porque frequentemente suas escolas não tem professores suficientes, livros ou instalações adequadas para proporcionar educação de qualidade. Enquanto muitos países abriram recentemente as portas das escolas para milhões ao eliminar custos educacionais, outros custos como uniformes e testes de admissão ainda impedem crianças de se matricular e muitas famílias pobres precisam de suas crianças (especialmente as meninas) em casa para ajudar nas tarefas incluindo o trabalho na agricultura ou coleta de água.

A oportunidade

A Educação não apenas fornece às crianças e famílias a trilha para sair da pobreza, mas também pode render maiores retornos para países pobres do mundo através de seu impacto em áreas como Saúde e Economia. Mães escolarizadas, por exemplo, são mais propensas a ter famílias menores, ter seus filhos vacinados e mandá-los à escola. A Educação também pode fornecer para famílias e países mais oportunidades econômicas e ajuda a promover a participação popular que é crucial para edificar democracias.
Muitos governos deram o primeiro passo para o melhor aproveitamento do potencial da educação investindo mais recursos no setor. Os países da África Subsaariana, por exemplo, enviaram 46.5 milhões de crianças para a escola pela primeira vez entre 1999 e 2008 depois que muitos governos usaram alguns dos bilhões de dólares liberados pelo cancelamento de suas dívidas externas pra ajudar a eliminar os custos educacionais.

Versão em Português: Li Lima

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A palavra F

Eu sou conhecido por soltar o palavrão ocasional, mas a palavra F mais ofensiva pra mim não é aquela vai f*** e sim F**** - a FOME que está acontecendo na Somália.

É claro que é complexo, e as soluções são difíceis – especialmente na Somália onde não houve um governo formal por 20 anos. Mas isso não é desculpa para que o mundo vire a cara. A maioria de nós (felizmente) não tem nenhuma experiência de fome, mas sabemos o que é perder alguém que se ama. Cada uma dessas 30 mil crianças era filha ou filho de alguém, irmã ou irmão de alguém. Se você olhar para os relatórios do Chifre, há histórias de mães tendo que decidir qual criança alimentar e qual deixar morrer; mulheres deixando os corpos de seus filhos à beira da estrada, enquanto andam por semanas em busca de comida e água para aqueles que ainda estão lutando pela vida.

A história mostra que há maneiras de evitar que a seca se torne fome, apesar de ser complicado. Então, confira o filme e assine a petição da ONE para os líderes mundiais, exigindo que eles cumpram as promessas já feitas, investindo em ações comprovadas para trabalhar... sistemas de alerta... irrigação... sementes resistentes à seca... e, claro, paz e segurança. No ONE.org há mais explicações e informações. E enquanto a ONE não solicita doações, se você quiser doar dinheiro, você pode encontrar links para outras organizações que prestam assistência de emergência ao Chifre que precisam de todo apoio que podem obter.

Este artigo apareceu pela primeira vez no The Huffington Post





O novo filme da ONE A palavra F: Fome é a real imoralidade não é um típico apelo emocional de emergência. É sobre focar os holofotes da mídia a respeito da tragédia que se desenrola. É sobre a construção de apoio político nos EUA e ao redor do mundo para as intervenções que irão cessar o sofrimento de hoje e romper o ciclo da fome no futuro. Mais que isso, é a respeito de tomar medidas – porque a fome é feita pelo homem.

Seca, violência e instabilidade política tem convidado o impiedoso a morte numa escala que não tínhamos visto em 20 anos... mais de 30.000 crianças morreram em apenas três meses. As fotos de Dadaab parecem um pesadelo de séculos passados. No entanto, este é o século 21 e essas fotos são reais e, em geral, invisíveis. A crise de alimento no Chifre da África é nada menos que uma catástrofe humanitária, mas está tendo cada vez menos atenção do que as últimas separações e maquiagens de Hollywood.

Por Bono
Versão em Português: Monica Brito 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

ONE Act a Week (Uma ação por semana): Fim do "Prêmio Ditador" da UNESCO



Ação: 14. Tempo: 5 minutos. Nível de dificuldade: Moderadamente Fácil
Por Malaka Gharib
Versão em Português: Aline Dias

Dictator Prize
Para o “ONE Act” (Uma ação) desta semana nós queremos que você tome medidas contra a UNESCO – Obiang International Prize for Research in the Life Sciences (Prêmio Obiang Internacional de Investigação em Ciências da Vida). O prêmio de US$ 3 milhões, financiado pelo Presidente da Guiné Equatorial Teodoro Obiang (o chefe de estado que está no poder há mais tempo na África), reconhece "as realizações científicas que melhorem a qualidade da vida humana". Este prêmio  é tão errado em tantas formas e representa um forte exemplo de equivocadas prioridades de gastos no país.

Os US$ 3 milhões deveriam ir para a melhoria da qualidade de vida e produtividade de seus cidadãos, e não para projetos pomposos/pretensiosos. Em um país com 650.000 mil pessoas, transbordando de petróleo, três em cada quatro guineenses/guinéu-equatorianos vivem abaixo da linha da pobreza, e muitos cidadãos continuam a viver em favelas, sem acesso à energia elétrica segura e água encanada. Além disso, 1 em cada 10 crianças menores de 5 anos de idade morre de uma doença evitável devido à falta de acesso à assistência médica básica.

O que é triste é que defensores dos direitos humanos, organizações  de liberdade de imprensa, grupos anti-corrupção e proeminentes figuras públicas convenceram a UNESCO a rescindir este prêmio terrível no ano passado - mas agora ele está de volta.

Por favor,  tome medidas contra este "Prêmio Ditador" e escreva uma mensagem para a diretora geral da UNESCO Irina Bokova no formulário abaixo. Diga a ela - junto com sua mensagem pessoal - que a UNESCO deve rejeitar os ditadores, e não honrá-los. Vamos suspender esse prêmio permanentemente. Nós vamos entregar sua mensagem à UNESCO na próxima sexta-feira.




Sobre o ONE Act a Week (Uma ação por semana): é uma ação de combate à pobreza por semana para você pensar, falar, compartilhar e aprender sobre os nossos problemas. Se todos nós simplesmente doarmos alguns momentos do nosso tempo a cada semana, podemos fazer algo realmente mágico acontecer.