sábado, 26 de maio de 2012

Compartilhando histórias de sucesso: Transparência e Prestação de Contas para melhores resultados na Saúde

No mês passado, durante a  Conferência “Parceria para o Governo Aberto"- OGP no Brasil, a ONE organizou um evento paralelo para explorar as maneiras pelas quais a abertura governamental (transparência e prestação de contas) pode levar a melhores resultados em saúde. Presidido por Lu Ecclestone da Agência Britânica de Desenvolvimento (link em inglês http://www.dfid.gov.uk/), o painel incluiu John Ulanga da Fundação pela Sociedade Civil (link em inglês http://www.thefoundation.or.tz/) - Tanzânia; Claire Schouten da Tiri:Fazendo o Trabalho de Integração; Diego de la Mora Maurer da Fundar (link em espanhol http://fundar.org.mx/index.html/) - México, e eu.
Baseado em sua experiência na Tanzânia, John Ulanga falou sobre uma série de maneiras em que transparência e prestação de contas levaram a melhorias de desempenho no setor da saúde. Revisões das Despesas Públicas aumentaram a proporção dos financiamentos, o monitoramento mostrou o abuso nos subsídios para medicamentos contra a malária e o simples uso de crachás melhorou a interação entre os cidadãos e prestadores de serviços nos pontos de entrega (de medicamentos). No entanto, como John enfatizou, boas idéias permanecem sobre a mesa de trabalho, com limitada implementação por políticos relutantes.

Em sua apresentação, Diego de la Mora Maurer falou sobre os muitos anos de experiência da FUNDAR em relação aos orçamentos e processos de políticas públicas. Diego falou em particular sobre como a Fundar usou esses conhecimentos (sobre processos orçamentários e legislativos) para exigir  maior transparência nos gastos com saúde.

Claire Schouten apresentou vários exemplos dos muitos lugares onde a Tiri atua, mostrando o valor da pressão da comunidade na prestação de contas e a diferença que isso pode fazer. Tiri define sua abordagem com os diferentes contactos com que trabalha, possibilitando que as comunidades locais encontrem as soluções para os problemas que enfrentam.
Finalmente, em minha apresentação – baseado num documento de duas páginas produzido em colaboração com a Iniciativa de Transparência e Responsabilização (link em inglês http://www.transparency-initiative.org/)- listei uma série de exemplos para demonstrar que maior transparência e responsabilização no setor da Saúde pode levar a recursos melhor utilizados com otimização de resultados. Na África do Sul, a Campanha Ação de Tratamento ajudou 1,4 milhão de pessoas a ter acesso ao tratamento antiretroviral. Na Tanzânia, o controle por SMS dos estoques de medicamentos aumentou em 240% o acesso da população ao tratamento da malária. Em Uganda o monitoramento pela comunidade da prestação de serviços de saúde contribuiu para a redução de 33% na mortalidade infantil.

Até agora, a Parceria Governo Aberto deu pouca atenção ao impacto que melhor governança  pode ter nos resultados da Saúde, que são importantes para o povo. Isto precisa mudar - como disse o presidente Kikwete da Tanzânia: "Para uma mulher grávida, o governo deve ser transparente para o nascimento seguro do seu bebê." Fiquem atentos a isso!

Por: Alan Hudson
Versão em Português: Li Lima

terça-feira, 22 de maio de 2012

10 Anos de Vidas salvas através do Fundo Global

Em comemoração ao 10º aniversário do Fundo Global, a Gerente de Política de Saúde Global da ONE Erin Hohlfelder pondera as realizações da organização ao longo dos anos.

Quando eu tinha dez anos, eu estava ocupada fazendo coisas importantes como dominar a divisão do tempo, praticar softball e balançar os copos de plástico combo. Enquanto eu estou orgulhosa por essas realizações, eu tenho que dizer que estou ainda mais orgulhosa hoje por homenagear todas as coisas incríveis que o Fundo Global de Luta contra a AIDS, Tuberculose e Malária alcançou em seus primeiros dez anos de existência. Para entender o impacto do Fundo Global, é importante lembrar o quão ruim as coisas eram antes de ele existir: Menos de 50.000 africanos tinham acesso ao tratamento da AIDS. A Malária foi matando cerca de 1 milhão de pessoas anualmente. Tratar tuberculose foi considerado demasiadamente caro para a maior parte do mundo em desenvolvimento.

No final de janeiro de 2002, os líderes se reuniram na Suíça para lançar o Fundo Global. Criado para ser o que Kofi Annan chamou de “fundo de guerra” para responder a essas emergências globais de saúde, teve o apoio de doadores, funcionários da saúde pública, líderes de países em desenvolvimento e organizações não governamentais. Intencionalmente, ele foi projetado para ser diferente de outros modelos de ajuda; seria fundamental ter atores locais (ao invés de doadores) dizendo o que eles queriam fazer para combater a AIDS, tuberculose ou malária, e quanto dinheiro seria necessário para realizar o trabalho.

Embora nenhum modelo de ajuda seja perfeito, o Fundo Global tem claramente feito a coisa certa, porque produziu resultados incríveis ao longo da última década.

  • 3.3 milhões de pessoas em tratamento da AIDS;
  • Mais de 1 milhão de mulheres grávidas em tratamento para proteger seus bebês do HIV;
  • Mais de 8.6 milhões de casos de tuberculose tratados em todo o mundo; e
  • Mais de 230 milhões de redes mosquiteiras tratadas com inseticida entregues para a prevenção da malária.

Ao entregar esses serviços – muitas vezes em parceria com os esforços de ajuda incluindo PEPFAR e com sistemas nacionais de saúde - o Fundo Global tem ajudado a mudar o cenário da saúde global. Embora cada uma delas ainda ceifem vidas até demais, todas as três doenças estão globalmente em queda. Agora, o mantra mudou da abordagem “pare o sangramento” para uma mais esperançosa, a abordagem em longo prazo caracterizada por frases como “podemos alcançar o começo do fim da AIDS” e “sabemos como acabar com as mortes por malária até 2015”. E, assim como o meu próprio estilo pessoal tem evoluído a partir dos óculos de plástico desatualizados para as lentes de contato, o Fundo Global passou por suas próprias reformas estratégicas nos últimos 12 meses para se tornar um mecanismo ainda mais eficaz nos próximos anos.

Financiamento – como sempre – continua sendo um desafio. O Fundo Global disse que é atualmente incapaz de financiar novos programas até 2014 devido a uma lacuna de financiamento de aproximadamente US$ 2 bilhões. Restritivas de orçamentos globais, juntamente com sussurros persistentes de corrupção, são desculpas convenientes para os doadores recuarem em suas contribuições para o combate a essas doenças. Mas o Fundo Global tem feito as alterações necessárias para garantir que o dinheiro investido em seus programas será monitorado de forma transparente, rigorosamente avaliada e voltada para resultados específicos. Como resultado, os doadores devem sentir-se confiantes de que mantendo ou aumentando as suas contribuições serão para a realização de novas metas ousadas: salvar 10 milhões de vidas e evitar 140 a 180 milhões de novas infecções entre 2012 e 2016.

De todos os projetos de ajuda que eu tenho sido capaz de visitar, um em particular que mais se destaca é o de uma menina brincalhona chamada Madeline que eu conheci em uma clínica do Fundo Global em Gana. Ela nasceu HIV positivo, mas graças ao Fundo Global a mãe era capaz de acessar o tratamento anti retroviral que irá mantê-la viva e saudável. Espero que 10 milhões de vidas salvas através do Fundo Global pareça muito irresistível para conceituar. Então, ao invés, eu sugiro apenas pensarmos em Madeline e depois pensar em todas as outras Madelines por aí que, graças ao Fundo Global, serão capazes de crescer saudáveis e um dia também dominem a longa divisão e pratiquem softball como eu. Eu só  espero que todos evitem o corte de cabelo "tigela"!
Por Erin Hohlfelder
Versão em Português: Monica Brito

terça-feira, 15 de maio de 2012

Levando para as ruas

Um dos maiores desafios criativos que enfrentamos é encontrar maneiras de expressar adequadamente o espírito e a força incrível dos nossos membros – e mais do que isto, maximizar o impacto de suas vozes no intuito de forçar as mudanças positivas que buscamos. Combine este cenário com mensagens concentradas na Cúpula do G8 e você vai entender por que tivemos de encontrar algo extraordinário para fazer na próxima semana ...AHA! Vamos Twittar a Rua...


Trabalhamos arduamente com alguns experts em tecnologia para criar o ONE Street Tweeter - um robô inteligente que pode imprimir twitts (40 caracteres ou menos) sobre as ruas. Sim - queremos levar suas mensagens para a estrada! Melhor ainda, se imprimirmos sua mensagem, enviaremos a foto para você compartilhar com seus amigos.


Então, o que você está esperando? Vocês são mais criativos do que qualquer um desses tipos do “Mad Men” (série de TV). Basta twittar sua mensagem (não mais que 40 caracteres, incluindo espaços) para incentivar, encorajar e apressar o G8 a agir agora no combate a fome e a pobreza.

Twitte  sua mensagem para  @ONEStreetTweet  ou se preferir, digite sua mensagem aqui: http://one.org/international/blog/taking-it-to-the-street/

Por Roxane Philson
Versão em Português: Li Lima

domingo, 13 de maio de 2012

Saúde Infantil e Materna




O Desafio

Todos os anos, cerca de 358.000 mulheres morrem de causas relacionadas a gravidez e 7,6 milhões de crianças morrem antes de seu quinto aniversário. A maior parte das mortes maternas e infantis ocorrem nos países mais pobres do mundo. Doenças como pneumonia, diarreia, malária e sarampo, que já não são fatais em países ricos, ainda são a principal causa de morte de crianças mundo afora. Mulheres na África subsaariana têm uma em 31 chances de morrer durante o parto, em comparação com apenas uma em 4.300 para as mulheres em regiões desenvolvidas. Sistemas de saúde fracos são uma das maiores razões por trás dessa enorme diferença. Falta de profissionais de saúde, clínicas e equipamentos significa que muitas mulheres e crianças não têm acesso a serviços básicos de saúde, incluindo vacinas e pré-natal.

A Oportunidade

Milhões de vidas poderiam ser salvas se tecnologias conhecidas estivessem disponíveis para mães e crianças nas nações mais pobres do mundo. Se as mulheres tivessem acesso aos serviços básicos de saúde materna, 80% das mortes poderiam ser evitadas. Muitas das soluções são extremamente acessíveis, especialmente para crianças. Vacinas infantis são um dos meios mais  baratos de salvar vidas e prevenir doenças, e pode evitar mais de 2,5 milhões de mortes a cada ano.

Investir na saúde de mães e crianças poderia ter um impacto duradouro nos países mais pobres do mundo. Crianças que perdem suas mães são cinco vezes mais suscetíveis a morrer na infância do que as outras. Crianças saudáveis​​, entretanto, são mais propensas a frequentar a escola e aprendem mais, o que irá ajudá-las crescer e tornarem-se adultos produtivos.
Versão em Português: Li Lima

terça-feira, 8 de maio de 2012

Crise de habitação do Haiti

Ex estagiária da ONE Veronica Weis atualiza os nossos leitores sobre a crise de habitação no Haiti:
Uma cidade de tendas em Porto Príncipe. Crédito da foto: Logan Abassi/PNUD
Dois anos após o terremoto devastador no Haiti, os cerca de meio milhão de vítimas deslocadas enfrentam um novo desafio. Com a ajuda de uma doação de US$ 20 milhões do governo canadense, o governo haitiano e seus parceiros em campo já começaram o processo extenuante de evacuar aqueles que vivem nos acampamentos temporários espalhados por todo o país.

Às 4.641 famílias que já vivem no Champ de Mars, uma cidade de tendas no centro de Porto Príncipe, serão oferecidos US$ 500 para cada se mudar sob suas próprias condições. Para muitos, isso significa alugar um quarto com todas as comodidades básicas, como um vaso sanitário e água.

Fundos adicionais serão fornecidos para recolocação de artigos para o lar e para aqueles com necessidades especiais, como mães solteiras, idosos e pessoas com deficiências. O projeto ainda apresenta um incentivo $125 para famílias que permanecem em seu espaço inicial alugado após 2 meses.  Os poucos que possuem suas casas no Champ de Mars receberão US$ 1.500 para demolir e reconstruir se a propriedade foi estruturalmente comprometida.

Críticos da mudança citam a falta de espaços para aluguel viáveis em todo o país uma vez que grande parte dos edifícios danificados está marcada para ser demolida ou está em extrema necessidade de reparação. Outras 135.000 famílias que residem em campos semelhantes não serão tão afortunados como os de Champ de Mars. Sob o atual plano, o governo não pode se dar ao luxo de lhes oferecer assistência, então suas comunidades permanecerão nas favelas.

Mas apesar dos obstáculos, este último passo representa progresso para um país que tem demorado a se recuperar. Vilas e favelas – falta água encanada e eletricidade – rapidamente se tornaram um terreno fértil para o crime e as doenças transmissíveis, como foi tragicamente provado pela epidemia de cólera de 2010, que já causou a morte de mais de 6.000 pessoas.  

Fornecer os meios para os Haitianos viverem confortáveis em casas permanentes é o passo certo para criar o tipo de estabilidade que o Haiti precisa para seguir em frente.
Veronica Weis é ex estagiária ONE de novas mídias e atualmente é parceira da Fundação President William J. Clinton para a AIF- American India Foundation.

Por Veronica Weis
Versão em Português: Monica Brito

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O que acontece lá importa aqui

Emily Korenak do time de advocacia da ONE nos EUA relata um evento recente da ONE em Washington, DC:

O que é legal sobre viver em Washington, DC, é que não estamos longe da Casa Branca - portanto, se há alguma coisa que queremos dizer, podemos sempre ir até ao nº 1600 da Pennsylvania Avenue e compartilhar a nossa mensagem.
 O que acontece lá, importa aqui.
Isso é exatamente o que fizemos sexta-feira passada. Um grupo de 19 estagiários, funcionários e membros da seção da ONE da George Washington University participou de uma sessão de fotos em frente à Casa Branca para enviar ao Presidente Obama uma forte mensagem de apoio à ajuda estrangeira: "O que acontece lá importa aqui."

Em nossa sessão, nós mostramos proeminentemente as fotos das petições que os membros da ONE Campus enviaram de todo o país para mostrar o quão importantes esses programas que salvam vidas são para os eleitores nos Estados Unidos. Nós vamos enviar essas fotos, juntamente com algumas das fotos da ONE Campus para o presidente Barack Obama como uma petição multimídia.

Tivemos algumas interações incríveis com os transeuntes e compartilhamos nossa missão com os turistas que não estão familiarizados com a nossa missão. Grupos estavam interessados em o que nós tínhamos a dizer, incluindo famílias, grupos escolares, e até mesmo os guardas de segurança.

Samantha Marshall, uma estudante do terceiro ano da Universidade George Washington, foi uma dos membros da ONE da localidade que se juntaram a nós na Casa Branca. Quando eu perguntei por que ela se juntou a ONE, ela disse: "Eu acho que um monte de pessoas na América não pensa ou sabe muito sobre [a África], então eu queria saber mais sobre o que está acontecendo no resto do mundo. "

Foi ótimo ouvir Samantha falar sobre o encanto que a ONE tem no campus e falar com as pessoas sobre a ONE. Não há nada como enviar uma mensagem para os nossos políticos sobre as questões que mais nos importam - porque, como dissemos antes, o que acontece lá importa aqui!
Por ONE Campus
Versão em Português: Aline Dias