sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio+20: Como fornecer eletricidade para mais 1,3 bilhão de pessoas ?


Dia 18, na Conferência Rio+20 das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi lançado o Relatório da Rede Profissional de Acesso a Energia (link em inglês Energy Access Practitioner Network) para atingir o acesso Universal a Energia em 2030 - um conjunto de recomendações baseadas na experiência internacional no setor para fornecer eletricidade para 1,3 bilhão de pessoas que ainda não a têm.

A ONE acolhe com grande satisfação o relatório que informará governos, investidores, setor privado, organizações da sociedade civil, empresas sociais e as Nações Unidas sobre as mudanças políticas e modelos de negócios inovadores que são necessários para impulsionar o setor e levar energia sustentável para as comunidades mais pobres.

O relatório demorou quase dois anos para ser concluído e envolveu mais de 500 especialistas internacionais, representando uma gama de disciplinas e organizações que, coletivamente, prestam serviços de energia para mais de 11 milhões de famílias anualmente. Focado principalmente em soluções locais e inovadoras e não na extensão da rede elétrica tradicional, o relatório se concentra em fornecer eletricidade aos cidadãos mais isolados e negligenciados do mundo.

Será crucial que ao longo dos próximos anos, governos, setor privado e ONGs assumam as recomendações do relatório e as transformem em compromissos e ações para ajudar a fornecer o acesso a eletricidade para as pessoas mais pobres.

"Essas recomendações aproveitam a experiência prática combinada de pessoas que trabalham nas linhas de frente do fornecimento de serviços de energia em cerca de 125 países ao redor do mundo", disse a coordenadora da Practitioner Network, Richenda Van Leeuwen. "O Relatório destaca desafios e oportunidades, uma variedade de financiamentos, políticas e recomendações técnicas que ajudarão as comunidades e clientes que eles servem a levar os  benefícios do desenvolvimento que os modernos serviços de energia podem proporcionar  para a Saúde, geração de renda, Agricultura, Educação, igualdade de gênero e Proteção Ambiental.”

Quando os líderes mundiais reunirem-se nesta quinta-feira no Rio para um evento de alto nível sobre Energia Sustentável para Todos (link em inglês  Sustainable Energy for All), a ONE lhes  pedirá que assumam as recomendações do relatório e assegurem que medidas sejam tomadas para garantir a universalização do acesso à energia elétrica.

Por Tom Wallace
Versão em Português: Li Lima

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A primeira petição da ONE na África entregue ao Presidente Kikwete da Tanzânia


“A agricultura é o futuro. A fome deve ser entregue à história.”
Um grupo de pequenos agricultores e cidadãos comuns africanos marcharam para a Casa do Estado (State House) na Tanzânia, para entregar uma petição assinada por mais de 16.000 membros africanos da ONE. Foi a primeira vez que o Presidente Kikwete da Tanzânia recebeu ampla petição do continente, e a primeira vez que a ONE entregou uma petição em solo africano.
Membros da ONE e organizações parceiras marcham para State House
O Presidente Jakaya Kikwete capturou a alma do evento, quando explicou sua importância, dizendo:
“É importante porque nos lembra de que a Agricultura é o sangue vital do nosso país, sustentando nosso povo nas cidades e vilas e satisfazendo suas necessidades básicas.”
Dra Sipho Moyou apresenta a petição ao Presidente Kikwete
Mrisho Mpoto (MJOMBA) um famoso poeta do Leste Africano, concordou:
“A fome não é aceitável. A fome faz com que as pessoas sofram, afeta o crescimento mental da criança, diminui a honra da família e da nação. Os líderes mundiais têm um papel a desempenhar. Investir na agricultura, apoiar a geração futura e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. ”
A petição apela aos líderes africanos para oferecerem maior segurança alimentar aos africanos comuns, investindo mais no apoio aos pequenos agricultores. A ANSAF (Fórum Não Estatal de Agentes Agrícolas), que tem sido parceiro fundamental na Campanha Fome Nunca Mais, também estava presente.  Ativistas apelaram ao Presidente Jakaya Kikwete para assumir a liderança do investimento em agricultura sustentável, estabelecendo o padrão para outros Chefes de Estado Africanos.  
Dra. Sipho S. Moyo, Diretora ONE na África, disse:
“Se você quer reduzir a pobreza, você precisa ir onde a pobreza está. A redução da pobreza significa concentração de investimentos para pequenos produtores, a fim de empregar mão de obra local, abastecer os mercados locais e investir o lucro nos mercados locais, o que cria efeitos multiplicadores na economia rural, melhora a autossuficiência dos alimentos locais e reduz a desigualdade rural.
Por isso o compromisso de governo do presidente Jakaya Kikwete de continuar a construir um ambiente favorável aos pequenos agricultores, é encorajador. Atualmente, apenas 7 países africanos mantiveram sua promessa de fazer 10% - este número deve aumentar até o décimo aniversário em 2013, e estamos muito satisfeitos pela Tanzânia estar liderando o caminho.”
A petição também desafia os líderes africanos para demonstrarem a sua determinação na luta contra a fome e outros problemas relacionados à agricultura no continente por:
  • Segmentação de investimentos em pequenos proprietários agricultores (especialmente mulheres) e incentivo de recursos sustentáveis privados para o desenvolvimento agrícola;
  • Cumprimento da Declaração de Maputo 2003 sobre a agricultura, que exigia orçamento de 10% atribuídos a Agricultura e Desenvolvimento Rural;
  • Melhorar a transparência e responsabilidade nos processos de orçamento e despesas para alcançar o progresso na Declaração de Maputo e o Programa de Desenvolvimento Agrícola Global que pode ser monitorado.
A petição é parte de uma campanha liderada pela ONE na África, ANSAF e outros parceiros africanos com destaque para a importância da agricultura na África Subsaariana, onde mais de três quartos dos pobres vivem fora dos centros urbanos e dependem da agricultura para sua subsistência.
Audax Rukonge, diretor Executivo da ANSAF disse:
“MKUKUTA e o Plano de Desenvolvimento em Cinco Anos da Tanzânia obrigam o governo a combater a insegurança alimentar e a pobreza, entre outros. No contexto da Tanzânia e, provavelmente, na maioria dos países africanos, a pobreza é um fenômeno rural e a agricultura é o principal meio de subsistência. A Tanzânia pode atingir algumas metas do Desenvolvimento do Milênio, bem como as metas de MKUKUTA se investir na agricultura e nos agricultores e, em particular, nos pequenos produtores. Aumentemos a participação da agricultura que beneficia os pequenos agricultores e transformemos o setor para o crescimento econômico com equidade.”
Estudos mostram que em 2010 a agricultura contribuiu com pelo menos 24% do PIB da Tanzânia, responsável por 60% do seu trabalho e contribuiu com 34% de suas exportações. Isso era muito mais do que os 17,3% contribuídos pela Manufatura, 28,2% pelos minerais e 22,5% pela indústria de turismo. A importância estratégica da agricultura para a luta contra a pobreza na Tanzânia é; portanto, indiscutível.
O potencial para a agricultura na Tanzânia e em toda a região é imenso – os investimentos agora podem garantir que a agricultura ajude a liderar a transformação econômica do continente. Atualmente, a Tanzânia gasta cerca de 7% do seu orçamento com a Agricultura. Quase dez anos atrás os líderes africanos fizeram uma promessa histórica ao seu povo, - especialmente, àqueles entre os mais pobres – que era o de gastar pelo menos 10% do orçamento na agricultura e agropecuária. Poucos têm mantido essa promessa. Antes do 10° aniversário, todos eles o fizeram como parte de outras melhorias para vencer a fome e aumentar o bem estar em toda a África.
Seguindo o evento da ONE hoje, os parceiros irão levar a campanha para os próximos eventos regionais, incluindo a Cimeira da União Africana em Malawi em Julho.
Um grande obrigado a todos os membros ONE que assinaram a petição. Com sua ajuda nós realmente estamos fazendo a diferença!
Por Wangui Muchiri
Versão em Português: Monica Brito

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Petição - Vamos quebrar o ciclo de pobreza e fome!

Caros Líderes Africanos,
É hora de quebrar o ciclo vicioso da fome e pobreza. Por favor, renovem seu compromisso de investir em agricultura e nutrição para ajudar 31 milhões de Africanos a saírem da pobreza extrema e salvar 12 milhões de crianças da desnutrição crônica.

Clique e salve : http://act.one.org/sign/thrive_africa/



quarta-feira, 6 de junho de 2012

Just ONE reason... A SEC tem que enfrentar grandes petrolíferas

Just ONE reason é um olhar semanal em UMA das milhares de razões que os líderes em Washington devem considerar para tomar decisões inteligentes sobre políticas de desenvolvimento.  

Ontem, os membros da ONE e do Jubileu nos EUA entregaram uma petição assinada por mais de 100.000 pessoas para o SEC (Securities and Exchange Commission). Este é mais um passo em nossa campanha para evitar que funcionários corruptos do governo roubem o povo de seus respectivos países.

Até o momento, 110.307 membros assinaram a nossa petição;
5.780 enviaram mensagens diretas para a SEC;
1.453 tweets foram enviadas

Cada dólar não reportado pelas empresas extrativas é um dólar suscetível a roubo. Cada dólar roubado é uma ameaça ao bem estar e ao futuro de milhões de pessoas nos lugares mais pobres do planeta.
A SEC deve escrever uma regra que reflita a intenção da lei e não o desejo de sigilo contínuo que protege líderes corruptos.

A ONE é uma organização de defesa dedicada à luta contra a pobreza extrema e a doenças evitáveis em todo o mundo, particularmente na África. Apoiada por 2 milhões de membros, trabalhamos com os líderes do governo em ambos os partidos para apoiar comprovadas soluções econômicas para salvar vidas e construir um futuro sustentável.

Por Emily Walker
Versão em Português: Monica Brito

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O início do fim da AIDS

Este trecho foi originalmente publicado no Huffington Post.
Todo mundo adora uma boa história "eles disseram que não poderia ser feito". De um homem na lua a um computador pessoal em cada casa, a nostalgia em cada um de nós gosta de refletir sobre como, ao longo da história, os indivíduos se deparam com o status quo, desafiando as probabilidades, e conseguem algo inspirador para a sociedade em geral. Aqueles dentre nós na comunidade de advocacia AIDS têm experimentado o nosso quinhão de céticos que nos dizem que "não pode ser feito”.

30 anos atrás quando foram documentados os primeiros casos de HIV / SIDA, era uma infecção misteriosa que não podia ser tratada. O diagnóstico positivo era uma sentença de morte. Sem tratamento, o estigma e o medo cresceram, representando o que o Dr. Anthony Fauci chama “os anos sombrios”. Mas com a inovação científica veio a descoberta, em 1987, do AZT, o primeiro medicamento aprovado para tratar o HIV. Durante os anos seguintes, o AZT foi substituído por um tratamento de combinação de drogas mais sofisticado e em 1996 a terapia antirretroviral altamente ativa tinha sido desenvolvida. Os novos medicamentos eram muito caros no entanto, custando US$ 10.000 por ano ou mais. Muitas pessoas soro positivas temiam que, sem o talão de cheques de Magic Johnson, não seriam capazes de obter os medicamentos de que precisavam para mantê-las vivas. Hoje, o tratamento da Aids custa apenas algumas centenas de dólares por ano em países pobres – uma vitória para comunidades soro positivas ao redor do mundo.

No início de 2000, o Presidente Bush e os líderes bipartidários do Congresso foram ao lançamento de um programa chamado PEPFAR e como o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária estava apenas começando, os céticos preocupavam-se. Muitos acreditavam que não havia maneira de começar o tratamento antirretroviral para milhões de pessoas – particularmente na África, onde alguns infames sugeriam “Os africanos não tem relógios” e assim não se poderia esperar que tomassem as drogas de uma forma consistente. Outros argumentaram que a mobilização do financiamento necessário para atingir os objetivos do PEPFAR e do Fundo Global era impossível. No entanto, o financiamento global para a Aids disparou, crescendo seis vezes entre 2002 e 2008. Os líderes africanos também intensificaram, comprometendo-se a gastar 15% de seus orçamentos em saúde. Hoje, os resultados falam por si: 6,6 milhões de pessoas soropositivas, incluindo aquelas em comunidades remotas, estão vivas por causa do tratamento e muitas permaneceram soronegativas, graças aos esforços de prevenção.

Apesar dessas conquistas, as recessões econômicas tem uma forma única de permitir que o mantra “não pode ser feito” ressurja. De fato, com os orçamentos contraídos e os líderes tornando sua atenção para o lado interno, é fácil ver porque um impulso renovado na AIDS global não parece possível. Ainda assim, 2011 marca um ponto de inflexão crucial na nossa luta contra a AIDS. Jogo de mudança nos estudos oferece emocionantes ferramentas na luta para prevenir o HIV – incluindo novos dados que mostram trabalhos de tratamento como a prevenção, reduzindo a probabilidade de transmissão de HIV em até 96%. Coletivamente, esses avanços demonstram que dobrar a curva da AIDS é possível em nossa geração.

Na ONE tivemos o prazer de ouvir as declarações da Secretária Hillary Clinton, na terça feira de manhã, no Instituto Nacional de Saúde, onde ela deixou claro que a obtenção de uma geração livre de AIDS é uma prioridade política para a administração Obama. A ONE e nossos 2.5 milhões de membros incentivam o Presidente a expandir a política para garantir que em 2015:

  • Nenhuma criança nasça com HIV; 
  • 15 milhões de pessoas estejam recebendo o tratamento da AIDS; 
  • A taxa de novas infecções pelo HIV seja drasticamente reduzida.
Há aqueles que dirão que esses objetivos não podem ser atingidos – que nunca alcançaremos um fim para a AIDS. Mas nós sabemos que essas metas são alcançáveis. Com liderança política certa veremos, até 2015, o início do fim da AIDS.

Por Sheila Nix
Versão em Português: Monica Brito