quarta-feira, 29 de maio de 2013

O que motiva Bono? A entrevista de uma hora com Charlie Rose


Bono conversando com Charlie Rose. Crédito da foto: Rose Guerin/Charlie Rosie Inc.
Nossos membros ONE sabem que Bono é tanto um ativista quanto uma estrela de rock – você vê isso no trabalho que ele faz com a ONE a cada campanha. Mas para aqueles que o conhecem; principalmente, como o homem à frente do U2, pode estar se perguntando: O que o leva a se preocupar tanto com a pobreza?

O aclamado entrevistador e jornalista Charlie Rosie partiu em busca da resposta a esta pergunta e mais durante quase uma hora de entrevista com Bono em seu ativismo, música, negócios e muito mais.

Uma das primeiras coisas que ele faz é esclarecer seus pensamentos a respeito da pobreza. Como Nelson Mandela, ele acredita que “a pobreza não é uma condição natural” e que é “feita pelo homem”. Para ele o ativismo é sobre a luta contra a injustiça. “Sempre estive em uma ponta da justiça”, ele disse, “ao invés de uma instituição de caridade”.

Bono discute o impacto da ajuda externa dos EUA. “Os Estados Unidos – é uma história heroica. Sair à frente da luta contra a AIDS. Dos 8 milhões de pessoas que tomam medicamentos antirretrovirais, a maioria está viva por causa da América – Os americanos sabem disso?” ele diz. “As pessoas sabem que são parte dessa incrível história? Para mim, isso é tão heroico como a sua intervenção na Segunda Guerra Mundial. E sem vidas perdidas. Apenas vidas salvas.”

A discussão também revela algumas coisas esclarecedoras sobre Bono, como seus pensamentos sobre religião e sua relação com Bill Gates. Ele ainda fala sobre seu processo de composição e o trabalho do U2 no próximo álbum.

A entrevista foi ao ar na noite de 16/05/2013, no The Charlie Rose da PBS que agora está disponível para ser assistido no player abaixo. Este vídeo (em inglês) é uma ótima maneira para membros da ONE aprenderem mais sobre nosso cofundador e sua missão de combater a pobreza e para aqueles que só conhecem Bono pela sua música – verem um lado diferente da estrela do rock.


Aqui estão mais de nossas citações favoritas da entrevista:

- “Eu sou um vendedor... Eu acho que sou um bom vendedor de ideias, canções, melodias, se eu acredito nelas. Pessoas saindo às ruas, se organizando e lutando para eliminar a pobreza extrema estão trabalhando, e é essa a missão, porque eu acredito que se pessoas entendem isso e veem o sucesso disso, então farão mais do mesmo”.

- Falando a respeito de John Lennon e a canção Imagine: “Eu amei muitas coisas sobre John Lennon. Ele escreveu o plano. Mas imaginar não seria um deles. Eu sou mais que fazer, mais que ações, mais que uma construção, seguindo o meu nariz, seguindo a minha curiosidade para entender melhor as pessoas, entender melhor o mundo, me entender melhor”.

- “As pessoas dizem que as músicas são como seus filhos. Não, são como os seus pais. Elas dizem o que fazer, como se comportar, elas dizem como se comportar mal, como se vestir. Tudo o que você faz é dirigido pelas músicas”.

O que mais surpreendente você aprendeu sobre Bono na entrevista? Conte-nos em um comentário abaixo.

Por Malaka Gharib
Versão em Português: Mônica Brito

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O poder do filme significa que todos nós sentimos o impacto da malária

Eu sempre estive encantada com o poder do cinema no trabalho de advocacia; a forma como ele fornece um canal emocional para as pessoas se conectarem a um problema. Então, quando nossa estreia do filme “Mary and Martha” foi recebida com grande sucesso, pensamos, por que não receber mais três?

Há algumas semanas, no Dia Mundial da Malária – ONE Bruxelas trouxe Maria e Marta para a Bélgica e a comunidade internacional. Nós começamos com uma exibição para membros ONE, no Cinema Aventure, no Centro de Bruxelas, com a presença de ativistas internacionais de todo o país.

Em seguida, levamos a poderosa história para o Parlamento Europeu, com mais de 30 participantes de instituições da UE, governos europeus, africanos e a sociedade civil. A deputada francesa Michèle Striffler, relatora permanente para a Ajuda Humanitária, fez as observações introdutórias.

“A malária continua a ser um dos mais sérios desafios para a saúde global... O progresso que foi alcançado até agora na luta contra a malária está cada vez mais ameaçado por uma escassez de financiamento. É essencial manter-se na luta. A malária permanece uma ameaça constante, tão logo quanto a doença não tenha sido completamente erradicada.”

Nossa exibição final de Mary e Martha foi apresentada na KU Leuven, uma universidade na região Flamenga da Bélgica, com especialização em cooperação para o desenvolvimento internacional. A exibição, amplamente assistida por alunos e ex-alunos da Cooperação Internacional para o programa de Relações Norte Sul, foi precedida por uma discussão fascinante sobre a sensibilização do filme, o papel dos estudantes no desenvolvimento global e, finalmente, como podemos trabalhar juntos em matéria de luta para erradicar a malária (e a pobreza extrema) para a região Flamenga da Bélgica.

A malária mata 655 mil pessoas todos os anos. No entanto, a maioria dessas mortes poderia ser evitada, através de intervenções simples e de baixo custo, tais como: mosquiteiros, pulverização interna, medicamentos contra a malária e tratamento para mulheres grávidas.

Compartilhamos a esperança de Richard Curtis de que o filme tenha inspirado os espectadores para “serem parte do movimento que garanta que em nosso tempo poupamos milhões e milhões e milhões de vidas de crianças, desnecessariamente perdidas.”

Encontre mais a respeito da malária em pessoas que dedicam suas vidas a erradicá-la – assista a nossa conferência no Google+, sobre o Dia Mundial da Malária.


Por Erin Finucane
Versão em Português: Mônica Brito

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Junte-se a nós hoje!

Do que os líderes do #G8 precisam para transformar a vida de milhões de pessoas?
SUA VOZ!


Dentro de algumas semanas, presidentes, primeiros-ministros e chanceleres de todo o mundo estarão na Irlanda do Norte para uma  GRANDE reunião: a Cúpula do G8 em 17 e 18 de junho de 2013.

Eles têm muitas coisas para tratar, mas temos que certificar-nos que dois itens estejam no topo da lista : alimentação e transparência. Se eles agirem sobre estas duas questões, milhões de pessoas poderão sair da pobreza.

Esta é uma grande oportunidade. Estes líderes raramente estão juntos ao mesmo tempo. Temos até os dias 17 e 18 de junho, por isso devemos agir agora. Adicione seu nome hoje.

A Petição:

Caros Líderes Mundiais,

Este ano, comprometam-se em combater a desnutrição crônica e a desencadear uma revolução em transparência. Agindo agora, vocês podem ajudar a transformar milhões de vidas, colocar o poder nas mãos das pessoas e definir o rumo para acabar com a pobreza extrema até 2030.

Versão em Português: Li Lima

quarta-feira, 22 de maio de 2013

INFOGRÁFICO: Como vencer a luta contra a desnutrição mundial

Nossa campanha para iniciar uma revolução alimentar mundial e colocar a nutrição firmemente na agenda dos líderes mundiais está realmente ganhando velocidade.

Incríveis 267.000 pessoas adicionaram suas vozes até agora e como a reunião de líderes para uma cúpula pela nutrição acontece em apenas algumas semanas, eles terão que nos ouvir.

Nosso infográfico conta a história de como a subnutrição está afetando todos nós, não importa onde vivemos.

Por favor,  compartilhe e se ainda não o fez, adicione o seu nome agora à nossa  Revolução Alimentar.

A Luta Contra a Desnutrição


Este ano, mais de 2 milhões de pessoas morrerão porque estão obesas.

Enquanto mais de 2 milhões de crianças morrerão de desnutrição.


Estamos perdendo a luta contra a desnutrição. Esta é uma luta de proporções globais.

43 milhões de crianças com menos de cinco anos estão agora obesas ou acima do peso. Mas na África, 40% das crianças são tão cronicamente subnutridas aos cinco anos de idade que nunca irão se desenvolver totalmente física e mentalmente.

É tempo de aderir à luta contra a desnutrição global. Se o problema é supernutrição ou desnutrição, a causa é universal: ALIMENTO.

De Birmingham a Bamako uma dieta saudável, balanceada, repleta de nutrientes é fundamental para nossa saúde e produtividade.

Sabemos que investir em agricultura é um dos melhores caminhos para lutar contra a pobreza.

O tempo de agir é agora. O mundo precisa colocar a nutrição no centro da agenda.

Os líderes mundiais vão encontrar-se no Reino Unido em junho para a maior Cúpula sobre Alimentação e Nutrição. Este momento apresenta uma oportunidade histórica para salvar milhões de vidas. Se nossos líderes agirem, 25 milhões de crianças podem escapar da desnutrição crônica até 2016.

Visite ONE.org/food e participe hoje da luta pela Nutrição Global.

Por Helen Hector
Versão em Português: Mônica Brito

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Reino Unido será o primeiro país do G8 a atingir a meta de ajuda

Este post foi publicado inicialmente no NewStatesman.com


Martin Luther King pode ter tido razão ao dizer que o arco moral das curvas do universo vão em direção à justiça, mas também sabia que tal curva virtuosa em longo prazo não seria alcançada sem várias marteladas diárias, levantando e empurrando.

Hoje, depois de o chanceler confirmar que a Grã Bretanha vai se tornar o primeiro país do G8 a alcançar a meta 43 anos de 0,7% para a ajuda internacional como proporção da renda nacional, parece um daqueles momentos de dar um passo atrás das marteladas e ver a forma do arco. 

Confesso: Eu não entrei em uma campanha global para atingir a meta de 0,7%. Mas logo percebi que era um passo necessário ao longo da estrada em direção a um objetivo pelo qual realmente vale a pena lutar: o fim da pobreza extrema. E eu também confesso que levou mais tempo que eu pensava que levaria.

Desde as primeiras tentativas de promessas para “começar a reverter o declínio”, no orçamento de ajuda feito pelo New Labour em 1997, com a forte liderança de Blair e Brown em 2005 para conseguir outros países atrás de metas ousadas de ajuda e um pacote de outras medidas, e o notável compromisso de David Cameron, George Osborne e Nick Clegg, desde 2010, que levou esta questão fora da política partidária... tem sido uma longa estrada. Mas, hoje, podemos olhar para trás e ver a que distância nós viajamos.

Os argumentos permanecem, é claro. Há aqueles que dizem que 0,7% são desnecessários arbitrários e inviáveis. Mas, como a ONE estimou ano passado, alcançando os 0,7%, os contribuintes britânicos vão colocar 15,9 milhões de crianças na escola, vacinar 80 milhões de crianças contra doenças potencialmente fatais, fornecer água potável para 17 milhões de pessoas e ajudar 77 milhões na obtenção de serviços financeiros básicos como contas em banco e crédito, permitindo-os trabalharem à sua maneira para saírem da pobreza para sempre.

E é 0,7% uma meta arbitrária? Apenas no sentido em que 64,4 Km/h é um limite arbitrário em autoestrada. Podemos discutir sobre os detalhes, mas o ponto é razoável.

Quanto à acessibilidade: são 7 centavos a cada dez libras de renda nacional. Como proporção dos gastos do governo, isso é minimizado por quase todo o resto. Uma pessoa ganhando £30.000 por ano contribui com cerca de £67 para o auxílio por ano e cerca de £6.595 para todo o resto. Mesmo em tempos difíceis é esta pequena mudança que faz uma diferença muito grande – e quando dito os fatos sobre a dimensão do orçamento de ajuda, seis a cada dez pessoas dizem que é razoável ou não suficiente.

Olhando para o futuro, há desafios. Como o orçamento da ajuda está atrelado ao tamanho da renda nacional, cada vez que a riqueza da nação é revista em baixa, a ajuda diminui também. No anúncio de hoje, £130 milhões foram cortados da proposta de aumento da ajuda. O Departamento para o Desenvolvimento Internacional pode, provavelmente, apenas absorver um golpe como esse, mas é um lembrete de que, enquanto a economia britânica continua a sofrer, as pessoas mais pobres do mundo partilham o fardo. E para garantir agora a real segurança sobre os futuros compromissos de ajuda, a coisa certa a fazer será consagrar a meta de 0,7% em lei, como todos os três principais partidos se comprometeram a fazer neste Parlamento. O próximo Discurso da Rainha seria o momento certo para o Governo de Coalizão fazer valer essa promessa.

Finalmente, o Reino Unido deve usar esta autoridade moral e força política para tudo valer a pena quando sediar o G8 em junho. O Primeiro Ministro tem uma grande visão de o que ele pode conseguir com a sua presidência no G8. Com o impulso político necessário, ele pode ajudar a desencadear uma revolução na transparência, para que os cidadãos comuns tenham a informação que precisam para que seus governos e os outros prestem contas, transformando recursos em resultados na luta contra a pobreza extrema. E com outros líderes, ele pode assumir compromissos importantes na agricultura e nutrição, colocando o peso político e o apoio financeiro por trás de planos nacionais das lideranças dos países africanos.

Com estas duas etapas em 2013 a visão do fim da pobreza extrema será mais possível que nunca. E hoje será lembrado como um marco memorável nessa jornada histórica.

Por Adrian Lovett
Versão em Português: Mônica Brito

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Bono, Angela Merkel, e milhares de jovens membros lançam a campanha para o eleitorado alemão.

A chanceler alemã Angela Merkel conversou com Bono e os nossos jovens embaixadores.

A poucos meses de uma nova eleição na Alemanha onde os eleitores irão escolher um novo parlamento, que irá eleger um novo governo, a ONE da Alemanha lançou uma nova campanha para lembrar os eleitores alemães e os  candidatos dos partidos, dos muitos desafios e das grandes oportunidades para a luta contra a pobreza extrema neste ano decisivo.

O co-fundador da ONE, Bono juntou-se com alguns dos ativistas alemães, acadêmicos e apresentadores, bem como 50 jovens embaixadores da ONE na Alemanha, para o lançamento da campanha, Ich schaue him! A frase tem vários significados, incluindo: "Eu não vou fechar os olhos. Eu vejo os desafios, eu não vou desviar o olhar" e "Eu estou procurando, os meus olhos estão abertos. Eu vejo o progresso que já foi feito na África e reconheço a oportunidade de acabar com a pobreza extrema no momento."
O painel de debate com Bono, o ativista e cantor Herbert Grönemeyer, a atriz e  apoiadora da ONE Anna Loos, o especialista em desenvolvimento Prof. Von Braun, a diretora da ONE África Dra. Sipho Moyo e o diretor da ONE Alemanha Tobias Kahler , foi organizado pelo editor e ativista da África Beate Wedekind.

Após o lançamento da campanha, Bono, a diretora da ONE África Dra. Sipho Moyo e os Jovens Embaixadores se reuniram com a chanceler Angela Merkel para discutirem sobre a importância do papel que a Alemanha tem desempenhado para ajudar a reduzir a pobreza extrema no mundo em desenvolvimento. Eles discutiram as necessidades de continuarem na liderança, mesmo com o momento atual de uma economia difícil, e sobre a importância de fazer mais para combater a corrupção e aumentar a transparência.

Depois da reunião, Bono disse: "Ela deve ser a mulher mais ocupada do mundo, então tirar um tempo para conhecer os Jovens Embaixadores, falar sobre o progresso realizado na luta contra a pobreza extrema, foi admirável.

A chanceler exaltou diversas vezes a noção alemã que uma promessa feita é uma promessa cumprida. Mais tarde, ela deixou bem claro que o esforço da ajuda da Alemanha deve novamente progredir. Ela também prometeu trabalhar para melhorar a transparência, para que as pessoas em toda a África possam saber o que os seus líderes estão fazendo com o dinheiro e responsabilizá-los.

Também manifestou interesse em ajudar e tornar mais ampla as informações para que os contribuintes alemães possam entender melhor em que a sua ajuda está sendo aplicada.”

A campanha precisa do seu apoio com uma assinatura em nossa petição e com o envio de uma foto de seus olhos para a nossa galeria, para que o governo alemão possa lembrar que estamos observando suas ações e promessas sobre o combate à pobreza mundial, no período em que irá acontecer a eleição, em setembro. ONE Membros, assinem e enviem suas fotos agora!

Por: Alicia Blázquez
Versão em Português: Fernanda Alves

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Por que agora é a hora de investir em Saúde da Criança?

Ricardo Cortés Lastra é membro do Parlamento Europeu e Presidente da Delegação do Grupo Parlamentar Misto UE-México. É membro ativo do Comitê de Desenvolvimento, onde atua como Coordenador do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas & Democratas, também faz parte da Delegação da Assembleia Parlamentar Euro-Latina.

Há duas semanas celebramos a Semana Mundial de Imunização. Que melhor ocasião para lembrar os progressos realizados e também olhar para os desafios de ampliação e melhoria na saúde da criança?

Todos os dias, 19.000 crianças morrem principalmente de doenças evitáveis, embora o mundo tenha feito progressos nos últimos 25 anos. A redução de 40% no número de mortes de crianças de 12 milhões em 1990 para 6,2 milhões em 2011, demonstra nossa capacidade de implementar programas eficazes que têm o poder de salvar milhares de vidas.

Entretanto, a maioria destas 6,2 milhões de mortes infantis poderiam ser evitadas através da disponibilização programa integrado de alto impacto, intervenções de baixo custo, especialmente com foco na saúde materna e infantil durante os primeiros mil dias, desde a concepção até os dois anos.

Este pacote de serviços essenciais inclui intervenções como check-ups no pré e pós-natal, imunizações, promover o aleitamento materno exclusivo por seis meses e a introdução oportuna de alimentos complementares adequados, acesso ao tratamento de doenças comuns da infância e saneamento básico. Se essas intervenções, que se mostraram acessíveis e eficazes na redução da mortalidade infantil fossem implementadas em larga escala, poderiam salvar milhões de vidas.

Investir na saúde infantil, salva não apenas vidas, mas também faz sentido economicamente porque algumas das intervenções mais eficazes são baratas e se implementadas no início da vida, o retorno sobre o investimento é muito alto (o valor será muito pequeno quando comparado com os gastos ao longo da vida da criança). Por exemplo, incentivar o aleitamento materno exclusivo por seis meses, custa pouco, mas pode reduzir a chance de morte por diarreia  e pneumonia em mais da metade. Fornecer suplementos de micronutrientes ou alimentos fortificados para crianças pode reduzir a anemia, o que melhora o desenvolvimento físico e cognitivo delas e permite que atinjam seu pleno potencial. Estima-se que a mortalidade materna e neonatal custe aos países cerca de US$ 15 bilhões em perda de produtividade. Nações com altos níveis de desnutrição perdem 2-3% do seu PIB anualmente.


Sabemos o que funciona, e muitos países conseguiram reduzir a mortalidade materna e infantil, bem como a desnutrição. O Brasil conseguiu reduzir a desnutrição de 36,1% para 7% num período de 20 anos, investindo em um programa integrado (o maior programa de transferência de renda do mundo), que inclui transferência de renda às famílias pobres com filhos, com a condição de que as crianças sejam vacinadas, participem de acompanhamento do crescimento e que enviem seus filhos à escola.

Apesar das evidências de que intervenções são eficazes, muitos países ainda estão lutando. Intervenções que abordam somente um aspecto da saúde não pode efetivamente vencer a mortalidade infantil. Por exemplo, apenas oferecer melhor alimentação não vai melhorar o estado nutricional da criança, se elas constantemente contraem doenças por falta de saneamento básico.

Devemos intensificar nosso apoio às iniciativas globais, como a Aliança GAVI, que têm demonstrado a sua eficácia. A GAVI ajuda a fortalecer os sistemas ambulatoriais de saúde, bem como melhora o acesso às vacinas em países pobres. Em uma abordagem complementar, devemos investir em programas integrados no setor da saúde, especialmente, promovendo cuidados gratuitos nos postos de saúde regionais.

Se integrados, programas coordenados são implementados de forma eficaz, e atingirão a maior parte da população possível, incluindo os mais pobres e mais difíceis de alcançar. Novamente, o Brasil é um bom exemplo, pois conseguiu reduzir o nanismo no segmento mais pobre da sociedade de 59% para 11%. As intervenções devem chegar a toda a população, especialmente os mais pobres e vulneráveis, para efetivamente reduzir a mortalidade infantil e desnutrição.

Esta oportunidade é única para trazer um substancial declínio na mortalidade infantil e melhorar a vida da criança, quebrando assim esses ciclos de várias gerações e ajudando a capacitar todas as pessoas a atingirem seu potencial pleno. Precisamos mostrar que a vontade política é necessária para garantir que toda criança atinja seu quinto aniversário.

Convidado do Blog: Ricardo Cortés Lastra
Versão em Português: Li Lima

domingo, 12 de maio de 2013

Por que me sinto com mais sorte ainda neste Dia das Mães?

Uma reflexão pessoal para o novo relatório do Salve as Crianças (Save the Children), “Situação das Mães do Mundo.”

No domingo, 12 de maio, vários países do mundo irão celebrar o Dia das Mães. É um dia no qual a maioria de nós associa com flores, cartões, caixas de chocolate ou, talvez, tarde-da-noite-em-cima-da-hora-eu-ainda-lembrei-de-ligar. Muitos de nós – e eu me incluo como uma mãe de sorte de três pequenas crianças – também  associamos com cartões em forma de coração com caligrafia trêmula afirmando “Mamãe Eu Te Amo”.

Como um novo estudo realizado pela “Save the Children” mostra, tive a sorte de dar à luz aos meus filhos onde eu quis. Finlândia (de onde eu venho) e Alemanha (onde os meus filhos nasceram) são classificados, respectivamente, na primeira e nona colocação dos melhores países do mundo para o bem estar de mães e recém-nascidos.


Deslize para baixo a lista de classificação 169 (Nigéria), 173 (Mali) ou o último em 176 (DR Congo) e as coisas parecem muito diferentes. Estes números não são sobre o bem estar – são sobre a sobrevivência. Taxas de mortalidade infantil ainda são quase seis vezes maiores na África que na Europa, de acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS (WHO). As taxas de mortalidade materna na África Subsaariana são as mais altas do mundo, com a hemorragia durante o parto sendo a principal causa de morte, de acordo com a UNICEF.

Três milhões de recém-nascidos morrem no primeiro mês de vida. Cerca de 2,25 milhões dessas mortes poderiam ser evitadas com cuidados básicos, de baixo custo. Vacinas e suplementos vitamínicos salvam vidas de ambos: bebês e mães. Mosquiteiros em regiões atingidas pela malária são eficazes, em especial para mulheres grávidas e crianças pequenas. Acesso a uma parteira pode evitar mortes desnecessárias e complicações durante a gravidez, o nascimento e nas primeiras semanas de vida do bebê.

Ao apoiar as campanhas da ONE, você garante que organizações eficazes possam continuar a evitar a morte e o sofrimento desnecessário.

Quer fazer mais? Aqui estão 15 ações de ONGs que você pode apoiar em favor de mulheres em todo o mundo neste Dia das Mães.

Por Katri Kemppainen-Bertram
Versão em Português: Mônica Brito

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Por que a fome ainda existe em pleno século 21?

Quer saber por que a fome ainda existe em pleno século 21? Dê a Roger Thurow 20 minutos e ele lhe dirá.

Depois que tornou-se ativista agrícola, o jornalista Roger Thurow testemunhou a fome na Etiópia em 2003 em primeira mão, largou tudo e dedicou sua vida a responder a esta pergunta incompreensível: Por que os pequenos agricultores da África são algumas das pessoas mais famintas do continente?

Congratulações ao Roger, não só por ser corajoso o suficiente por perguntar, mas também por fazer toda a pesquisa para ser capaz de respondê-la. Eu trabalho com Roger há mais de um ano na ONE (e li seus livros também) – e essa conversa dele na TEDx trouxe lágrimas aos meus olhos. Eu nunca vi, até agora, paixão tão obstinada e sinceridade em um ativista e estou orgulhosa em dizer que trabalho com ele. 

Por favor, reserve 20 minutos hoje para assistir a este vídeo (em inglês) e deixe um comentário para o Roger :


Será que a palestra de Roger no TEDx lhe inspira? Em poucas semanas os líderes mundiais estarão reunidos no Reino Unido para tomar grandes decisões sobre nutrição global, e nós precisamos de sua ajuda para chamar para a ação correta, que pode ajudar 25 milhões de crianças escaparem da desnutrição até 2016 e crescer para alcançar seu pleno potencial. 

Atue no combate a desnutrição infantil crônica assinando a petição aqui.

Por Malaka Gharib
Versão em Português: Mônica Brito

FELIZ ANIVERSÁRIO, BONO!


                                                          Agradecemos por nos inspirar!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

É assim que a África vai parecer em 2033?


Mike Drachkovitch, gerente de marketing e relações exteriores da ONE, entrevistou um dos criadores da revista e marca que está desafiando a compreensão aceita da África. Fotos: AITF

Parte revista conceitual, parte empresa de roupas, ÁFRICA É O FUTURO, ou AITF, é mais um projeto criativo em constante evolução e em viagem no tempo que qualquer outra coisa.

Isto é exatamente o que o cofundador e diretor de criação, Nicholas Premiere, tinha em mente. Nicholas nasceu na França, filho de uma francesa com um congolês. Ele e seu sócio Patrick Ayaman lançaram a AITF com uma importante visão em mente: mudar a forma como você pensa e fala sobre a África.

Achamos que ele tem feito exatamente isso.

Diga-me como você chegou a fundar a AITF e a equipe atrás dela?
A primeira camiseta com o slogan: “AFRICA IS THE FUTURE", foi estampada em 2002. Nesta época eu também estava exibindo uma série de retratos pintados caracterizando o povo congolês que havia conhecido um ano antes em Brazzaville. Quase todos os modelos olhavam para o espectador diretamente nos olhos. Foi importante, para mim, mostrar africanos orgulhosos que estão conscientes de si mesmo. Juntamente com essa série de pinturas, trabalhei em diferentes slogans que foram inspirados pelos movimentos dos direitos civis com conteúdo atualizado. Entre todos esses slogans existiu o “AFRICA IS THE FUTURE”.

O centro cultural que organizou uma de minhas exposições se ofereceu para estampar minhas camisetas para a abertura. Eu escolhi para impressão [AFRICA IS THE FUTURE] em 30 camisetas. Mas foram dois anos mais tarde quando a AITF nasceu. Havia outra exposição, outra abertura, onde pelo menos 10 amigos vieram com a famosa camiseta que conduziram ao público falando a respeito do slogan, seu significado e a África.


Eu e meu amigo Patrick ficamos surpresos com toda a repercussão que as camisetas causaram. Tínhamos novos ângulos, perspectivas e meios de falar sobre a África. Queríamos que isto acontecesse de forma mais ampla e com mais frequência, então reestampamos mais camisetas! Nos últimos anos geramos discussões de outras maneiras que as camisetas e a Revista AITF são os mais recentes exemplos disso.

Vamos falar sobre o site. Estou intrigado com o teaser: todas as coisas que você quer saber sobre a AITF e nunca teve oportunidade de perguntar. Então, clicando, diz: agora você sabe. Qual foi o seu raciocínio por trás disso?
Quando estampamos as primeiras camisetas com o slogan ÁFRICA É O FUTURO, não queríamos que as pessoas identificassem claramente quem estava por trás disso e por quê. Fizemos isso porque queríamos que as pessoas pudessem avaliar o seu próprio espírito crítico para elaborar o seu próprio significado para o slogan. Não queremos interferir nesse processo. Nosso único objetivo era trazer a África, a partir de uma perspectiva incomum e estimulante, como um assunto principal das discussões cotidianas.

Agora você sabe que não existe verdade oculta ou mágica secreta por trás da AITF – é um trabalho criativo que é crucial, mas certamente não suficiente para que possamos solucionar tudo. Não pretendemos mudar o Mundo ou a África.

Você também mencionou em sua página web como questões da AITF, como mundo é contado para nós e renova a maneira como a África está representada. Na sua visão, como é esse mundo contado e qual é a imagem da África que você está renovando?
Até que os leões tenham os seus próprios historiadores, a história vai sempre glorificar o caçador. Meu objetivo não é comparar a África aos leões, mas destacar o fato de que existe um ponto de vista predominante nos meios de comunicação e na indústria cultural. Não tem nada a ver com objetividade – são as relações globais de poder refletidas em imagens. A Revista AITF, com seu conteúdo ficcional, exige que o leitor se pergunte questões do por que tudo que parece evidente é invertido. Particularmente a imagem tradicional da África na mídia: pobres, doentes, flagelados pela guerra. Ao dar a África o papel principal, a Revista AITF coloca o continente em uma posição próxima a dos EUA hoje

Sua revista é publicada 20 anos a partir de agora em 2033. Por que você escolheu 2033?
A única razão para a revista ser datada em 2033 é para significar que não é o mundo real. O mundo de AITF terá sua própria temporalidade, sua própria lógica... Não será uma perfeita reflexão do mundo real. Nosso objetivo não é prever o futuro, mas, se possível, criar ferramentas para pensar o mundo de forma diferente, trocando/mudando ideias preconcebidas.

E sobre a Addis Abeba Panthers?
A Addis Abebda Panthers é o maior time de futebol do mundo em 2033. Para sua informação, desde que eles recrutaram Etuna Ndakolo, eles ganharam vitória atrás de vitória. Além disso, Ndakolo destronou o velho Messi em muitos recordes!

Sua marca utiliza algumas imagens atemporais e trabalho de design. Conte-nos a sua visão criativa por trás dos termos visuais da AITF.
É sobre a estética dos anos cinquenta, que corresponde ao crescimento econômico pós-guerra dos EUA e a promoção mundial do modo de vida americano. Este período de tempo é um cenário perfeito, pois seus códigos de representação estão fortemente enraizadas no inconsciente coletivo e o impacto é maior quando desviado.

E sobre os Doutores U.R. para América – uma criança americana vacinada no quintal da Virgínia?
Recursos mundiais de petróleo se esgotaram, mas o Grupo Africano de Energia descobriu novos campos de gás de xisto na América, que é uma boa notícia para a África. Nós não podemos dizer o mesmo da América porque o continente desperta cobiça. Como dèja vu, várias guerras civis surgem onde uma reserva é descoberta.
Serviços públicos, especialmente assistência médica e educação, são os mais afetados por esses problemas. Doenças endêmicas como meningite ressurgem. Tocada pela situação de crianças e civis, uma associação de médicos africanos voluntários viaja a América para resgatá-los.

Qual é o seu processo criativo?
Como qualquer projeto criado é complexo. Não posso dizer exatamente, porque eu não tenho a fórmula mágica. Trabalho o tempo todo. Uso muitos cadernos de notas. Escuto, olho, ando, inalo, exalo. Tento estar conectado ao fluxo, pois tudo vem dele.

Uma das estatísticas que acho mais interessante sobre a África é que 65% dos africanos estão abaixo de 35 anos. Eu não poderia ajudar, mas acho que a AITF está tentando se conectar com essa promissora e transformadora geração. Por quê?
Nos conectamos a próxima geração do mundo porque ela é, por definição, o futuro. A maneira como vemos o mundo determina o que fazemos nele. Isso é muito importante para deixarmos apenas a mídia e a indústria cultural abrir os olhos da juventude!

Finalmente, se você pudesse compartilhar uma mensagem com os novos e antigos membros da ONE, o que seria?
Pense por si mesmo.

Muito obrigado ao Nicholas por compartilhar suas ideias conosco. Visite o site e diga-nos o que você achou.

Por Convidado Blogger
Versão em Português: Fernanda Alves

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Por que Jamie Oliver quer que você se junte à revolução alimentar global.


Eu quis tirar um tempo para escrever para você sobre uma coisa que está em meu coração – comida. Mas não está só no meu, mas no coração de cada família e tem um espaço prioritário em nossos lares.Ela nos vincula as melhores partes da vida.

Mas neste momento nós estamos vivendo uma terrível realidade. A comida que comemos – por frequentemente carecer dos nutrientes adequados - está nos matando! Estando na Tanzânia ou no Texas, ter acesso a alimentos nutritivos para você e sua família se tornou uma batalha diária. Nós estamos famintos de educação alimentar e, como resultado, não sabemos o que é bom para nós e o que já não é mais.

Só neste ano mais de 2 milhões de pessoas irão morrer de obesidade, enquanto quase 2 milhões de crianças irão morrer de desnutrição. Isto é inaceitável, e algo tem que ser feito.

A campanha ONE e o meu Dia da Revolução Alimentar (Food Revolution Day - em inglês) tem muito em comum. Primeiro, nós não ficamos quietos. Nós nos recusamos a sentar e deixar coisas como esta continuarem. Nós espalhamos as notícias e recebemos mensagens sobre boa educação alimentar e práticas alimentares por aí, tanto localmente quanto globalmente.
Em algumas semanas os líderes do mundo irão se reunir em uma discussão sobre alimentação, então precisamos formar uma voz – muito alta, muito forte. Esta é a chance de fazer a diferença, pessoal. Está na hora dos líderes mundiais perceberem que o que estamos comendo está nos matando, e eles têm poder de parar isso. Comida está no topo da minha lista, está no topo da sua, e está na hora de ir para o topo da lista deles.

Esta é a mensagem que estamos enviando a eles: Líderes mundiais, ajudem 25 milhões de crianças a atingirem todo o seu potencial fazendo um comprometimento mensurável para reduzir a má nutrição crônica até 2016.

Eu não sou médico. Eu sou chef. Eu não tenho equipamentos médicos caros. Eu só uso informação, educação e minha voz. Então eu preciso que você se junte a mim se quisermos ser ouvidos.
Esteja você lutando contra pobreza e fome  ou obesidade e doenças relacionadas a dieta alimentar, nós precisamos mudar o jeito de pensar sobre comida. Esta é a hora de uma revolução alimentar. Nós podemos salvar milhões de vidas.

Junte-se a mim pedindo que nossos líderes façam da nutrição uma prioridade hoje.


Por Jamie Oliver
Versão em Português: Silvia Pazin

quinta-feira, 2 de maio de 2013

PETIÇÃO: Junte-se à revolução alimentar!


RESUMO:

O que comemos está nos matando - porque falta os nutrientes adequados. Só neste ano mais de 2 milhões de pessoas morrerão como resultado da obesidade e mais de 2 milhões de crianças morrerão de desnutrição.

Isto é simplesmente insano!

Em algumas semanas, líderes mundiais estarão reunidos e temos a chance de fazer a diferença. Vamos assegurar que eles não falem apenas, mas ajam.

É hora de uma revolução alimentar. É hora de salvar milhões de vidas.


LEIA A PETIÇÃO

Caros líderes mundiais,
Ajudem 25 milhões de crianças a atingirem todo seu potencial, assumindo compromissos mensuráveis ​​para reduzir a desnutrição crônica em 2016.



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Versão em português: Li Lima