sexta-feira, 30 de março de 2012

60.000 e contando: membros da ONE solicitam à Alemanha e França para manter sua promessa aos desfavorecidos do mundo

Muito obrigado aos mais de 60.000 membros da ONE que assinaram a nossa petição pedindo à chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy a manter sua promessa aos desfavorecidos do mundo. No início deste mês, membros da ONE - e estagiárias Anne e Katrin- entregaram a longa lista de assinaturas (gravada em CD) na Chancelaria Federal e na sede da FDP(Freie Demokratische Partei) em Berlim.

 Você pode ver mais fotos no facebook.

Ainda que  nossa petição continue, queríamos entregar as assinaturas bem antes de uma importante reunião da cúpula da UE- caso o Financial Transactions Tax – FTT (Imposto sobre Operações Financeiras) fosse discutido. Estas semanas têm sido muito corridas para a campanha. Antes da cúpula, o Presidente Sarkozy anunciou que a França irá cobrar um imposto de 0,1% sobre transações financeiras. O líder da oposição alemã, Sigmar Gabriel intimou: " Precisamos ver ações". De acordo com um porta-voz do ministro das Finanças, Schäuble, no entanto, o governo não quer seguir a abordagem de Sarkozy, pelo menos não por agora. Ao invés, a atual proposta da Comissão Europeia, que é mais extensa, vai continuar a ser analisada. Na verdade, o FTT do Presidente Sarkozy permite algumas exceções, razão pela qual algumas ONGs francesas consideram o imposto ser inadequado. Isso significa que os nossos colegas franceses e a equipe aqui na Alemanha tem de continuar a pressioná-los para uma FTT contra a pobreza! A campanha continua - vamos mantê-lo atualizado.
Por Alicia Blázquez
Versão em Português: Aline Dias

domingo, 25 de março de 2012

A melhor maneira de dizimar a pobreza é através da Agricultura



Ontem eu fui a um evento lotado nas Casas do Parlamento do Reino Unido para ouvir a Sua Excelência John Kufuor, Ex-Presidente do Gana e 2011 laureado pelo World Food Prize (Prêmio Mundial da Alimentação), falar sobre o progresso que seu país fez sobre a pobreza extrema e a fome.

Sua Excelência John Kufuor ganhou o World Food Prize em 2011 por sua liderança nacional e internacional em promover o valor da agricultura na redução da pobreza. Gana é hoje reconhecido como o primeiro país em desenvolvimento a alcançar o Primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio: reduzir pela metade a extrema fome e a miséria.

Sua Excelência explicou à multidão como esse notável progresso não foi um acidente. Ele reconheceu o papel do cancelamento da dívida de Gana, priorizando a agricultura, a criação de planos de ação claros e abrangentes e o recebimento de apoio dos doadores da US Millennium Challenge Corporation (Corporação do Desafio do Milênio dos EUA) em permitir que o Gana alcançasse este objetivo. No entanto, foram as reformas econômicas, um programa nacional de nutrição escolar reforçada e um investimento público aumentado substancialmente na agricultura, que aconteceu sob sua gestão que resultaram num maior benefício. Foi este investimento público na agricultura o fator mais importante por trás da redução pela metade da fome e da pobreza e o aumento do produto interno bruto nacional de Gana, que quadruplicou a partir de £ 2,6 bilhões em 2000 para £ 11 bilhões (aproximadamente R$ 7 bilhões e 29,8 bilhões).

No entanto, o ex-presidente fez questão de frisar para a multidão que o investimento sozinho não provocou essa mudança, mas o plano de agricultura abrangente de Gana. Sua Excelência disse à multidão que proporcionar educação e ferramentas agrícolas aos agricultores não é suficiente sem acesso aos mercados, e que diversificação não pode ser possível sem o acesso ao crédito e micro-financiamentos. O plano de Gana considerou todas essas coisas de uma forma holística, mas garantiu que a agricultura era a prioridade.

Esta priorização da agricultura é crucial. Dois terços da África, e em particular os mais pobres africanos, dependem da agricultura para sua subsistência e, portanto, Sua Excelência disse: "A melhor maneira de dizimar a pobreza é através da agricultura".

A liderança de Sua Excelência John Kufuor ajudou a tirar milhões da pobreza e da fome, mas  o ex-presidente observou também que a liderança é necessária em todos os níveis para combater a fome e a pobreza em todo o mundo. É por isso que solicitamos ao G8 e o G20 para manter seus compromissos com o desenvolvimento agrícola e alinhar seus investimentos com os planos dos países africanos. Juntos, ao cumprir esses compromissos e construir o conhecimento local, podemos garantir que a agricultura continue a ser uma prioridade global e assim ajudar a tirar milhões de pessoas da fome e da pobreza.
Por Tom Wallace 
Versão em Português: Aline Dias

quinta-feira, 22 de março de 2012

Leitura obrigatória em Davos

Como os negócios do mundo, a política e a elite da mídia fizeram sua jornada anual à cidade suíça de Davos – coberta de mais neve do que eu já vi por lá em uma década – a sabedoria popular tida por eles deverá dispor a leveza de um inverno cinza e um céu alpino. A crise da Zona do Euro, a dificuldade de conseguir duras decisões políticas nos Estados Unidos, e inquietações em alguns campeões entre os países emergentes – a possibilidade de um acidente de propriedades na China, por exemplo, ou de inflação descontrolada na Índia- foram ditos a contribuir para uma nota de pessimismo entre  os devotos de Davos.

Mas mesmo se você acha que os profetas da desgraça e da melancolia econômica global estão certos – eu não, como acontece, mas essa é outra história –há uma abundância de razões para estarem alegres sobre o estado do mundo. Algumas delas foram recolhidas na carta anual de Bill Gates sobre o trabalho da Fundação Bill e Melinda Gates, que deveria ser leitura obrigatória para a multidão de Davos. A carta detalhou alguns dos extraordinários avanços que foram feitos na saúde global, por exemplo, nas últimas décadas, com a implantação de vacinas em larga escala, grandes progressos, especialmente na Índia, na erradicação da poliomielite, e, de fato, sobre o tratamento e prevenção de HIV / AIDS. Fiquei particularmente satisfeito que essa carta de Bill fez menção à vacina contra o rotavírus que GAVI está lançando para combater uma das principais causas da diarreia – uma assassina terrível de crianças, e que raramente tem conseguido a discussão pública ou política que merece.

Claro, a carta apontou como muito mais é necessário fazer para com que todas as pessoas, em todos os lugares, pudessem viver em igual dignidade. Mais financiamento precisa ser dedicado à investigação e desenvolvimento na agricultura – o objetivo chave da ONE este ano. Aqueles dentre nós que defendem o aumento dos recursos destinados aos pobres do mundo percebem que, em tempos difíceis, temos o nosso trabalho um desafio para nós. Mas quando financiadores generosos como a Fundação Gates e os contribuintes em todo o mundo têm feito muito para combater a pobreza extrema e doenças evitáveis nos últimos dez anos, agora seria o pior momento para desistir da luta. Essa luta é mais provável de ser conquistada, como Bill apontou em uma passagem sobre a necessidade de mais recursos para o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, que vale a pena citar por extenso, se os cidadãos do mundo rico compreendem o quanto poderia ser feito com relativamente poucos recursos.  

“Entre 2011 e 2013, assumindo que todos os doadores honrem seus compromissos, o Fundo Global vai desembolsar US$10 bilhões. Este é um aumento de US$2 bilhões, mas não os quase US$ 12 – 14 bilhões que são necessários e se esperam. Os cidadãos dos países doadores devem saber a respeito da diferença que a sua generosidade fez. O custo para manter um paciente com medicamentos para Aids foi diminuindo, e parece que a obtenção de US$300 por paciente ao ano deve ser atingida. Isso significa todos os 300 dólares que os governos investirão no Fundo Global irão colocar outra pessoa em tratamento por um ano. Cada US$300 não disponíveis irão representar uma pessoa tirada do tratamento. Isso é uma escolha muito clara. Acredito que se as pessoas entendessem a escolha, elas iriam pedir ao seu governo para salvar mais vidas.”

Por Michael Elliott 
Versão em Português: Monica Brito

terça-feira, 20 de março de 2012

Mapa de Ajuda ao Haiti: Visualizando Dois Anos de Resposta Coordenada

A equipe de mapeamento da InterAction reflete a respeito do terremoto no Haiti em seu aniversário de dois anos.

Todos nós vimos as estatísticas: mais de 1,5 milhões de pessoas deslocadas e 230 mil vidas ceifadas. Em 12 de janeiro de 2010, o terremoto do Haiti foi o segundo pior registrado na última década.
Haiti aid map thumbnail
http://www.interaction.org/ 
A falta de infra-estrutura e de liderança governamental e em geral as deficiências nos cuidados com a saúde, educação, habitação e acesso à água e saneamento no Haiti apenas aumentam os impactos devastadores do terremoto. O imenso dano sofrido e o número de vidas perdidas e desenraizadas colocam os holofotes internacionais sobre o Haiti de uma maneira historicamente nova. Com os olhos do mundo repentinamente focados nos países mais pobres do hemisfério ocidental, organizações sem fins lucrativos (ONGs) responderam à crise acentuada com uma pressão maior para provar sua transparência, responsabilidade e coordenação.

Expectativas foram elevadas; ONGs em particular têm sido confrontadas com perguntas intermináveis a respeito de doações levantadas, realizações e progresso. Só os membros da InterAction  levantaram mais de 1,3 bilhões de dólares em financiamento privado desde o terremoto e estão atualmente a implementar mais de 320 projetos em todo Haiti.

Para facilitar a transparência e coordenação a InterAction desenvolveu o Haiti Aid Map, um resumo de quem está fazendo o quê, e onde. Usando o Mapa Ajuda Haiti e suas apresentações, você pode rapidamente estabelecer as atividades que se passam em dada comunidade ou dentro de um setor específico, quais organizações trabalham e quem são os beneficiários.  Projetos de mapeamento no Haiti também permitem que o público entenda melhor como as suas contribuições estão sendo usadas e como elas estão sendo alocadas.

Mas o Mapa Ajuda Haiti é mais do que apenas pontos espalhados por um mapa. Fotos e vídeos nas páginas do projeto mostram como as comunidades estão reconstruindo e como vidas estão avançando. De escolas recém inauguradas à expansão dos serviços de saúde e aumento do acesso à água limpa, visitantes dos mapas podem ver o imenso progresso que foi feito. Além desses sucessos, dois terços dos deslocados deixaram os acampamentos temporários, entulhos continuam a ser removidos e a inesperada epidemia de cólera foi contida.
                        http://www.flickr.com/photos/theonecampaign/6684605971/in/photostream/

Embora ainda haja muito trabalho a ser feito, o progresso no Haiti nos últimos dois anos não poderia ter sido alcançado sem uma resposta coordenada e transparente.

Para aprender mais a respeito do trabalho em curso das ONGs no Haiti, por favor visite Haiti Aid Map.

InterAction é uma aliança de ONGs com sede internacional nos EUA focada nas pessoas mais pobres e vulneráveis do mundo. Mapa Ajuda Haiti é parte da ONG Map Aid, iniciativa de mapeamento online InterAction. Para saber mais ou participar do Mapa Ajuda Haiti, email: mappinginfo@interaction.org
Pelos Parceiros ONE 
Versão em Português: Monica Brito

quinta-feira, 15 de março de 2012

Unindo-se para combater doenças tropicais negligenciadas

Nesta Segunda feira às 11 horas GMT você pode assistir ao vivo um evento histórico que demonstra como a criação de parcerias entre as agências de ajuda e as empresas farmacêuticas podem fazer grandes diferenças em saúde e desenvolvimento para milhões de pessoas que vivem nos países mais pobres do mundo. Especialistas mundiais, incluindo Bill Gates e Margaret Chan (Diretora da Organização Mundial de Saúde), irão participar ao vivo de um webcast em Londres para discutir as doenças tropicais negligenciadas (DTN) – doenças que impactam 1 bilhão de pessoas pobres ao redor do mundo.

Você pode assistir ao evento nesta página, e siga online usando as hashtags #NTD, #NTDs e #partnership. Nós também iremos twittar atualizações na conta @ONEcampaign .

  

Na última semana houve uma série de eventos celebrando o progresso que está sendo feito para salvar vidas – Bill Gates publicou sua carta anual e defendeu os gastos em ajuda durante os tempos difíceis no Parlamento Europeu, e o Fundo Global celebrou 10 anos por salvar mais de 7,7 milhões de vidas.

Mas ainda há muito mais a fazer, os parceiros falando neste evento visam combater as DTNs e impulsionar o progresso em direção às metas da Organização Mundial de Saúde para o controle ou a eliminação até 2020.

O evento contará com:

  • Dra Margaret Chan, Diretora Geral da Organização Mundial de Saúde;
  • Diretores Executivos de Nove das maiores empresas farmacêuticas;
  • Bill Gates, co-presidente da Fundação Bill e Melinda Gates;
  • Autoridades dos governos da Tanzânia, Moçambique, Brasil e Zanzibar;
  • Stephen O’Brien, Subsecretário de Estado, Departamento Britânico para Desenvolvimento Internacional;
  • Dr. Bernard Pécoul, Diretor Executivo, Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas;
  • Dr. Ariel Pablos-Méndez, administrador adjunto para Saúde Global, Agnência Americana para Desenvolvimento Internacional;
  • Dra. Caroline Anstey, Diretora Geral, Banco Mundial;
  • Moderada por: Riz Khan; Inglês Al Jazira

Temos a oportunidade de ajudar mais de um bilhão de pessoas afetadas pelas DTNs a adquirir uma vida mais saudável, mais produtiva. E através do trabalho conjunto, podemos alcançar juntos mais que qualquer um de nós poderia por conta própria.

Para saber mais sobre doenças tropicais negligenciadas confira:http://www.unitingtocombatntds.org

Por Peter Taylor
Versão em Português: Monica Brito

segunda-feira, 12 de março de 2012

2012 é o "Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos"

Hoje na Cúpula Mundial de Energia em Abi Dhabi a ONU oficialmente declarou 2012 o “Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos”. Esta declaração marca o crescente reconhecimento e apoio para combater a pobreza energética.


No discurso de abertura da Cúpula, o secretário-geral da ONU Ban-Ki-Moon oficialmente anunciou 2012 como o “Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos” para 157 nações e 57 organizações internacionais presentes. Além disso, o Secretário Geral também lançou a sua iniciativa com o mesmo nome. A Iniciativa Energia Sustentável para Todos exigirá dos compromissos nacionais e do setor privado e atrairá a atenção mundial para a importância da energia para o desenvolvimento e a diminuição da pobreza. Existem três objetivos específicos da iniciativa para atender até 2030:
  • Garantir o acesso universal a serviços energéticos modernos;
  • Dobrar a taxa de melhoria da eficiência energética;
  • A duplicação da cota das energias renováveis no pacote energético global
Abordar a pobreza energética é uma grande prioridade para a África. A maioria das pessoas na África depende de lenha para cozinhar, o que muitas vezes é de uma fonte insustentável e a maior causa de doença respiratória. O chocante de 500 milhões de pessoas na África Subsariana ainda não tem acesso a um fornecimento de eletricidade – isso significa que eles não têm luz à noite, acesso limitado às comunicações modernas, serviços de educação e saúde inadequados, e sem energia confiável suficiente para ampliar seus negócios. Na verdade quase 70% das empresas africanas pesquisadas citam as fontes de energia caras e pouco confiáveis como um dos principais entraves para o crescimento econômico e a criação de emprego.

Lidar com a pobreza de energia na África é fundamental para a sua redução, a criação de emprego e o crescimento econômico sustentável. Empresas africanas e os governos sabem disso, e claramente comunicam a necessidade de um esforço coordenado para enfrentar a pobreza energética no continente. Em 2012 existe uma necessidade imediata para impulsionar esta agenda a frente e combater a pobreza energética no continente.

Ao fazer isso o continente não deve ignorar seu enorme potencial para o crescimento de energias renováveis: apenas 0,6% de sua energia geotérmica tem sido explorada, menos de 2% de sua energia eólica tem sido explorada e apenas 7% do potencial hidrelétrico tem sido explorado.  A África é rica em fontes de energia sustentável. Como tal tem o potencial de liderar o mundo em uma nova forma de crescimento econômico sustentável. No Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos os líderes devem olhar como podem trabalhar com a África para alcançar esta visão e, ao fazê-lo, erguer o povo africano da pobreza energética.

“Este é o momento certo para a iniciativa”, disse o Secretário Geral das Nações Unidas aos líderes em seu discurso de abertura na Cúpula Mundial de Energia.

“Em todo o mundo vemos a criação momentânea para a ação concreta, que reduza a pobreza energética, catalise o crescimento econômico sustentável e atenue o risco de mudança climática. Alcançar a energia sustentável para todos é viável e necessário, e minha iniciativa vai nos ajudar a cumprir estes objetivos simultaneamente. Pode ser uma vitória tripla para todos.”
Por Tom Wallace 
Versão em Português: Monica Brito

sexta-feira, 9 de março de 2012

Protegendo o Orçamento de Ajuda Canadense


A Ajuda estrangeira Canadense pode ser realmente transformadora quando usada de modo adequado - pode salvar vidas, ajuda no envio de crianças à escola e cria oportunidades necessárias para milhões de pessoas saírem da pobreza.

Considere, por exemplo, o impacto da liderança canadense na Reunião do G8 em 2010. Chamando a atenção dos líderes mundiais e lançando uma luz na crítica e mal-servida questão da maternidade, saúde de recém-nascidos e crianças, mais de 7 bilhões de dólares em novos financiamentos foram garantidos para estes programas, resultando num futuro mais saudável e produtivo para milhões de pessoas. Para ajudar a garantir que os doadores internacionais cumpram suas promessas aos países em desenvolvimento e maximizar o aproveitamento das doações, o Primeiro Ministro canadense Stephen Harper é co-presidente da Comissão de Prestação de Contas e Transparência das Nações Unidas (link em inglês: http://www.un.org/en/ ).

Nos últimos anos, a primera agência de desenvolvimento canadense -CIDA (link em inglês http://www.acdi-cida.gc.ca/home ) comprometeu-se com importantes medidas para fazer a ajuda estrangeira mais eficiente, focada e transparente. Mais recentemente, o Ministro de Cooperação Internacional, Honorável Bev Oda, anunciou que o Canadá juntou-se ao IATI (Iniciativa Internacional de Ajuda Transparente –em tradução livre), um importante passo que fortalecerá a transparência das informações das doações canadenses.

Enquanto estes passos concretos resultaram no maior comprometimento do Canadá em manter a ajuda atual, ainda não está claro que efeitos as incertezas da economia global exercerá nos futuros gastos em doação. Em vista do compromisso do governo canadense de controlar seu deficit, o orçamento de ajuda estrangeira 2012/2013 corre o risco de ser agressivamente reduzido.

É por isso que a ONE e EWB (Engenheiros sem Fronteiras-Canadá link em inlgês http://www.ewb.ca/  ) uniram-se para pedir que os gastos com efetiva ajuda estrangeira canadense seja poupada de cortes iminentes. Antes que o orçamento final seja apresentado no início de março/2012, estaremos trabalhando com nossos membros pelo país para pedir que o Canadá cumpra sua responsabilidade com os mais pobres mantendo seu atual orçamento em ajuda.
Por James Haga do EWB
Versão em Português: LiLima

quinta-feira, 8 de março de 2012

O Escândalo de Trilhões de Dólares

Eu passo cada dia da minha vida no combate à corrupção. Eu já vi amigos sendo espancados e presos por denunciarem fraudes e abusos. Há muitas pessoas como eu em toda a África. Mas não podemos vencer essa luta sozinhos. A corrupção é um problema global. É por isso que estou escrevendo para pedir a vocês para adicionar sua voz.

Agora, algumas das maiores companhias de petróleo, gás e mineração do mundo estão lutando arduamente para manter grandes segredos. Eles estão fazendo lobby contra as leis propostas apoiadas pelos principais líderes europeus que abriria as portas para trilhões de dólares pagos aos governos por toda a África - pagamentos secretos que às vezes podem ficar nas mãos erradas. Este dinheiro deveria ir para serviços essenciais como escolas, postos de saúde e estradas que poderiam ajudar a retirar centenas de milhões de pessoas da pobreza, não para os bolsos de alguns.

Os ministros dos governos de toda a Europa reúnem-se em menos de duas semanas* para discutir essa legislação. Isto poderia salvar vidas na África e ajudar a construir um futuro onde ninguém precisa contar com assistência filantrópica. Mas alguns lobistas corporativos entraram em ação e estão tentando acabar com esta legislação vigente. Não os deixe ganhar.

Por favor, junte-se a mim e assine a petição dizendo aos líderes europeus a não ceder ao lobby empresarial: http://act.one.org/sign/trillion_dollar_scandal  

A petição completa diz:

Caro líderes europeus, Por favor, confrontem o lobby empresarial contra as leis da UE propostas que obriguem as empresas de petróleo, gás e mineração para publicar os pagamentos a governos estrangeiros. Passem leis fortes que vão ajudar os cidadãos a identificar a corrupção local e garantir que o dinheiro é usado para tirar milhões de pessoas da pobreza."

Durante a última década, as empresas multinacionais pagaram trilhões de dólares aos governos africanos em troca de seus recursos naturais. Isso deve continuar no futuro, proporcionando uma imensa oportunidade para tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza. Quando os cidadãos africanos, como eu, conseguem ver o que os nossos governos são pagos, nós podemos nos certificar de que o dinheiro está sendo gasto em serviços vitais.

A corrupção priva os países de seu futuro. Se um número suficiente de vocês se juntarem a mim, nós podemos ajudar a pôr fim a este escândalo de trilhões de dólares: http://www.one.org/c/international/actnow/3835/ 

Tutu Alicante, Membro da ONE e Diretor Executivo do EG Justice
EG Justice é uma organização Africana que luta em campanhas pelos direitos humanos, do Estado de Direito, a transparência e a participação dos cidadãos na Guiné Equatorial.
Versão em Português: Aline Dias


sábado, 3 de março de 2012

Dinamarca assume presidência da UE – o que há nisso para os pobres do mundo?

Hoje, a Dinamarca marcou o início da sua Presidência de 6 meses na UE apresentando seu programa de trabalho proposto em Copenhague. Exercer a Presidência significa que a Dinamarca será uma peça chave durante um período de dificuldade econômica na Europa, quando as decisões serão tomadas para questões crucias de desenvolvimento, incluindo o orçamento da UE e a transparência nas indústrias de óleo, mineração e gás.

O Orçamento não será finalizado até o final de 2012, mas os dinamarqueses intencionam avançar as negociações, tanto quanto possível, até o final de sua Presidência em Junho. A ONE estará trabalhando com ONGs dinamarquesas e em toda a Europa para garantir a proposta de orçamento da Comissão de € 57 bilhões para que a cooperação de desenvolvimento em países pobres não seja cortada pelos Estados-Membros da UE.

Sobre a transparência, a Dinamarca está ansiosa para chegar a legislação da UE, passada em junho, obrigando companhias de óleo, mineração e gás a publicarem todos os pagamentos feitos aos governos dos países onde operam. Se a UE receber o detalhe destas propostas deverá permitir que a sociedade civil em países em desenvolvimento responsabilize os seus governos e combata a corrupção.

A Dinamarca também priorizou a política agrícola e das pescas na sua Presidência, trabalhando para reduzir os subsídios agrícolas na UE de uma forma que beneficie o acesso aos mercados dos países em desenvolvimento. A Dinamarca também visa garantir a reforma da política europeia de pescas, a fim de garantir que os recursos mundiais de peixes sejam usados de forma sustentável para o benefício das comunidades que dependem da pesca.

Na UE a Dinamarca quer que a política comercial garanta um diálogo político mais estreito com os países em desenvolvimento parceiros, através de relações comerciais e acesso recíproco aos mercados, e quer assegurar que essas relações comerciais sejam sustentáveis e contribuam para a redução da pobreza.

Desde que o Tratado de Lisboa foi assinado todas as políticas da UE têm que ser consistentes e coerentes com sua política de desenvolvimento. A Dinamarca tem prometido trabalhar para criar maior coerência entre as políticas da UE em todas as áreas que afetam os países em desenvolvimento. Em termos de política de desenvolvimento em si, eles admitem que unir ajuda humanitária e ajuda de desenvolvimento a longo prazo será uma importante tarefa, e compromete-se em focar na obtenção de resultados e de ser transparente.

Finalmente, o governo dinamarquês vai liderar a UE na luta para o estabelecimento de um imposto mundial sobre transações financeiras. Tal taxa poderia ser usada para financiar a cooperação de desenvolvimento e ajudar os países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas.
Por Isabelle De Lichtervelde
Versão em Português: Monica Brito